A operação da Polícia Civil que prendeu quatro pessoas e apreendeu cerca de 70 quilos de drogas em São José dos Campos, nesta terça-feira (5), monitorou uma negociação entre traficantes numa adega da zona sul da cidade.
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Segundo a investigação, o local foi escolhido por membros da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) para a negociação criminosa. Logo após os suspeitos deixarem o local, a polícia estourou uma casa bomba’ do PCC nas proximidades da adega, prendendo quatro pessoas, entre elas um casal com filhos pequenos. Na casa, os policiais apreenderam cerca de 70 quilos de drogas e diversos objetos.
A prisão ocorreu na noite desta terça-feira (5), em uma casa na rua Honorato Gonçalves Teixeira, no Jardim Cruzeiro do Sul, zona sul de São José. Os três homens foram presos em flagrante e a Polícia Civil já pediu a conversão em prisão preventiva. Também pediu a decretação de medidas cautelares para a mulher, em razão dos dois filhos pequenos. Ela alegou doenças preexistentes e desconhecer as drogas guardadas na casa.
Investigação.
A operação começou após os policiais civis obterem “informações privilegiadas” de que integrantes do PCC negociariam drogas no bairro Jardim Cruzeiro do Sul, no interior de uma adega.
Equipes da polícia deslocaram-se até o local e permaneceram monitorando a adega. Eles notaram um carro Ford Ka Sedan, da cor cinza, parado em frente ao estabelecimento. Por volta de 20h15, um homem se aproximou do local após sair de um veículo. O suspeito entrou na adega e saiu de lá ao lado de outro homem, depois identificado como André Carvalho Coutinho, 45 anos.
O veículo Ford Ka também deixou a adega, e os policiais decidiram acompanhar os dois homens que seguiam a pé. Eles foram até uma casa na rua Honorato Gonçalves Teixeira.
Casa bomba.
O local passou a ser monitorado. Por volta de 20h30, um veículo Chevrolet escuro parou em frente à residência. Então, os policiais foram abordar o veículo, quando o homem desconhecido entrou no carro e fugiu.
André, que estava na calçada, levantou as mãos e gritou: “Perdi, perdi, a droga tá tudo lá dentro, senhor, só cuidado com meus filhos”. Ele foi detido pelos policiais.
Os policiais perceberam uma correria no interior da casa, ocasião em que ingressaram no imóvel e conseguiram deter Rafael de Lima Inácio e a mulher de Andre, ambos na sala da residência. Valdemir Nunes Ramos foi preso no corredor do quintal. Sob os cuidados da mulher, estavam seus dois filhos menores.
Equipes de apoio ainda tentaram localizar o veículo que fugiu do local, mas o carro não foi encontrado.
Drogas.
Os policiais encontraram no quarto do casal, no pavimento superior da casa, 12 aparelhos celulares, um simulacro de arma de fogo, dois cadernos com anotações, 35 tabletes de cocaína, cerca de 16 mil papelotes de cocaína e 900 de maconha.
No quarto usado pelas crianças, dentro de um armário, foram encontrados três sacos de eppendorfs vazios e aproximadamente 11 mil papelotes de cocaína.
Ainda durante as revistas, os policiais encontraram um fundo falso no piso do quintal, sob um tanque de lavar roupas da área de serviço, com duas bombonas plásticas azuis concretadas sob o solo.
Nelas, os policiais encontraram duas balanças de precisão, cerca de 100 porções de maconha, um saco com aproximadamente 400g de maconha, 175 porções de crack, um saco com cerca de 300g de cocaína, outro com 175 pedras de crack e 1.140 papelotes de cocaína. Em posse de Rafael ainda foram encontrados R$ 7.850 em dinheiro.
Presos.
A droga encontrada pesou quase 70 quilos e foi toda apreendida, para depois ser lacrada e enviada ao IC (Instituto de Criminalística). O local foi preservado e passou por exame de criminalística. Na garagem do imóvel, foram apreendidos dois veículos – uma moto e um Ford Ka Sedan.
Os três homens foram presos e encaminhados para a delegacia. Todos eles têm histórico criminal. As crianças foram retiradas da casa e a mulher também compareceu ao distrito policial. A polícia não encontrou antecedentes dela relacionados ao tráfico de drogas.
A Polícia Civil pediu a conversão da prisão em flagrante em preventiva para os três suspeitos, em razão da periculosidade e da ligação deles com o crime organizado.
