A Justiça aceitou a denúncia por homicídio contra um homem suspeito de envolvimento na morte de Thomas Felipe, 29 anos, um homem transexual residente em São José dos Campos. Inicialmente, o Ministério Público havia solicitado o arquivamento do caso, mas após protestos e a substituição do promotor responsável, a denúncia foi formalizada e o suspeito agora é réu pelo crime.
O desaparecimento de Thomas ocorreu em 15 de junho, quando ele saiu de casa e não retornou. As investigações começaram após a análise das mensagens no celular da vítima, levando a polícia a suspeitar de homicídio. O inquérito aponta que o crime foi motivado pela descoberta de um relacionamento entre Thomas e a esposa do suspeito, conforme revelado pelas conversas encontradas no celular e relatos de ameaças.
Durante o processo de apuração, o suspeito foi levado para depoimento e chegou a confessar o crime, indicando que havia deixado o corpo da vítima nas proximidades do Rio Buquira. Entretanto, após a presença de um advogado, o homem voltou atrás e negou a autoria. Desde então, buscas foram realizadas na região, mas o corpo de Thomas não foi localizado. A polícia acredita que as condições climáticas, como a cheia do rio, dificultaram o acesso a áreas de interesse.
Mesmo sem o corpo, a polícia concluiu o inquérito e indicou o homem como autor do homicídio. Porém, em março deste ano, o promotor que cuidava do caso solicitou o arquivamento, o que resultou na suspensão das buscas. A decisão gerou indignação e mobilizou a família de Thomas e organizações LGBTQIA+, que realizaram protestos exigindo justiça.
Em resposta, a Justiça negou o arquivamento, transferindo o caso para outro promotor, que apresentou a denúncia. Agora, com a aceitação da denúncia, o suspeito responderá judicialmente pelo crime de homicídio. Seu nome não foi divulgado, e o processo segue em segredo de justiça.
Thomas deixou um filho de cinco anos. O caso está sendo acompanhado pela Defensoria Pública, pela Comissão de Diversidade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São José dos Campos e pelas ONGs Transbordamos e Aliança Nacional LGBT.
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