A Justiça condenou, na última terça-feira (1º), Antônio Márcio Ribeiro Parente e Silva a 28 anos, 10 meses e 15 dias de prisão pelo assassinato de sua companheira, Cristiane Lameu e Silva. O crime, ocorrido em janeiro deste ano, em Fortaleza (CE), foi classificado como feminicídio, com agravantes de motivo torpe, meio cruel e violência doméstica. O fato de o assassinato ter sido presenciado pelo filho do casal, de apenas 11 anos, foi fundamental para o aumento da pena.
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O julgamento, que durou mais de 16 horas, foi conduzido pelo juiz Fábio Rodrigues Sousa, presidente do 3º Tribunal do Júri. O Conselho de Sentença considerou as circunstâncias do crime particularmente graves, destacando a brutalidade do ato, que resultou em 41 facadas desferidas contra Cristiane. O crime foi cometido dentro da residência do casal, no bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza, o que também elevou o grau de culpabilidade de Antônio Márcio.
Feminicídio
De acordo com o Ministério Público do Ceará (MPCE), Antônio Márcio não aceitava o fim do relacionamento, mesmo após Cristiane ter decidido se separar seis meses antes do crime. Durante esse período, ela sofreu violência psicológica, conforme relatos feitos à família. Na manhã de 31 de janeiro, Antônio Márcio premeditou o crime, pedindo que o filho do casal ficasse no carro com fones de ouvido, estacionado na garagem da casa, enquanto ele cometia o assassinato brutal dentro da residência.
Apesar dos esforços do acusado para proteger o filho do impacto direto, o menino presenciou o crime e foi quem recebeu os policiais no local, o que contribuiu para o aumento da pena. "Justifico a aplicação do efeito visando o melhor interesse da criança, tendo em vista que o réu assassinou a mãe do seu filho de forma brutal, com 41 facadas, em sua presença, demonstrando que não possui equilíbrio emocional para participar da formação do seu filho", declarou o juiz Fábio Rodrigues Sousa.
Execução
Além da pena de prisão em regime fechado, sem possibilidade de substituição por penas alternativas, a Justiça determinou a suspensão dos direitos políticos de Antônio Márcio enquanto durar a pena. O condenado também teve sua capacidade de exercer o poder familiar sobre o filho suspensa e deverá pagar R$ 13,5 mil como reparação mínima aos familiares de Cristiane.
Amigos e familiares da vítima acompanharam o julgamento no Fórum Clóvis Bevilaqua e comemoraram a sentença, entoando louvores durante a madrugada. Para eles, a condenação trouxe alívio diante da tragédia que abalou suas vidas. A execução da pena de Antônio Márcio será imediata, com o réu sendo transferido para cumprir a sentença em regime fechado.
