'PANDEMIA DE BETS'

Senador cita X e diz que vai acionar PGR para tirar bets do ar

Por Thaísa Oliveira e Cátia Seabra | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/ Joe?dson Alves/ Age?ncia Brasil
A partir do ano que vem, só empresas autorizadas pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda poderão atuar no país.
A partir do ano que vem, só empresas autorizadas pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda poderão atuar no país.

O senador Omar Aziz (PSD-AM) anunciou neste domingo (15) que vai acionar a PGR (Procuradoria-Geral da República) para tentar tirar do ar os sites de apostas esportivas, como as bets, até que as empresas sejam completamente regulamentadas pelo governo federal.

Leia também: Ministro do Esporte diz que bets são 'benéficas'

Em dezembro, o Congresso aprovou o projeto de lei que regulamenta o setor de apostas de alíquota fixa, em que atuam as bets, e liberou cassinos online. A partir do ano que vem, só empresas autorizadas pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda poderão atuar no país.

Aziz afirma que, apesar da previsão de regulamentação das bets a partir de 2025, as apostas "continuam acessíveis, proliferando livremente na rede" com "danos irreparáveis às famílias e lares brasileiros". O senador também comparou a situação das empresas à do X, que está suspenso no país.

"Estarei entrando com uma ação na PGR para tirar todos os sites de jogos do Brasil. Para que eles saiam do ar, como fizeram com o Twitter [antigo nome do X]. Até porque elas [bets] estão destruindo famílias", diz o senador.

A ação de Aziz se soma a um projeto de lei apresentado pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), neste sábado (14). O PL de Randolfe propõe que as bets sejam proibidas de fazer propaganda e oferecer patrocínio.

"Por mais que tenha ocorrido a legalização das apostas desportivas em plataformas, isso não pode significar o incentivo ao vício e ao prejuízo financeiro as famílias brasileiras. Assim como a publicidade do cigarro é proibida temos também que desestimular as apostas", afirma.

O projeto de lei também veda apostas sobre eleições, plebiscitos e referendos. Como mostrou a Folha de S. Paulo na sexta-feira (13), bets têm ofertado apostas nas eleições municipais deste ano --algo sem previsão legal específica no Brasil.

Até a última quarta (11), as casas de apostas Bet365, Betano, Superbet, Parimatch, Novibet e Sportingbet permitiam apostar em quem seria o próximo prefeito de Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Procurado pela reportagem, o ministério diz que "apostas que extrapolam essas duas modalidades [esportes e cassino virtual] não são previstas pela legislação, não podendo ser assim entendidas como legalizadas nem em fase de regulação ou adequação".

Outro projeto em discussão no Senado proíbe a participação de celebridades em propagandas de bets. O PL foi apresentado pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) e está em discussão na Comissão de Esporte da Casa com parecer favorável do relator, Sérgio Petecão (PSD-AC).

Comentários

1 Comentários

  • Dirceu 17/09/2024
    Podem até tentar tirar as casas de aposta do ar, mas NUNCA vão conseguir. Roda muito dinheiro e propinas por baixo dos panos... tem muito poderoso enriquecendo com jogo. Podem fazer o que quiser, mas as Bets vão continuar bombando.