Ao notar que o filho estava saindo de mansinho, com a moto que tanto amava, Sandra Lopes da Silva, 51 anos, questionou: "Onde você vai?" O jovem, então, levantou a viseira do capacete e deu um beijo no rosto da mãe, dizendo: "Eu volto já". Momentos depois, Sandra teve uma visão e sentiu que algo estava errado com o amado filho Arthur Alves da Silva, de 29 anos. O motociclista, conhecido pelo coração generoso e aventureiro, morreu em um acidente na Via Dutra.

O caso aconteceu na zona leste de São José dos Campos, na madrugada de sábado (7). Amado, brincalhão e cheio de vida, Arthur morreu em um acidente às 4h20 de sábado, no km 144 da rodovia, sentido São Paulo.

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"Eu não queria que ele saísse, cheguei até a esconder a chave. Ele me deu um beijo e disse que voltava logo", contou a mãe.
Pouco após receber o beijo do filho, Sandra sentiu-se mal. Chegou a mandar uma mensagem para Arthur, que ele não respondeu. Depois, teve uma 'visão'. Nela, em meio a cenas confusas, a sua filha Melissa, morta em 19 de maio de 2023, apareceu e lhe disse que 'ela não poderia ir lá ver Arthur'.

"Parecia que estava tudo caindo, o corpo rolando no chão, e a minha filha apareceu, segurou no meu braço e disse 'a casa caiu', disse que eu não poderia ver o meu filho", contou Sandra -- que, infelizmente, não viu mais o filho, que horas mais tarde foi sepultado em um caixão fechado.

Sandra chorou, angustiada, tentou contato com o filho e depois adormeceu. Foi trabalhar e chegou a passar pelo local do acidente, sem se dar conta de que o corpo do filho estava ali. Mais tarde, recebeu a ligação de outro filho, dizendo que a mãe estava sendo chamada na delegacia. Lá, foi informada que o filho estava no IML (Instituto Médico Legal).

O motociclista, querido por amigos e familiares, foi enterrado na manhã deste domingo (8) no Cemitério Colônia Paraíso, na zona sul da cidade.
De acordo com informações apuradas pela reportagem, Arthur teria batido contra a traseira de um veículo não identificado, caído na pista e teria sido arrastado por cerca de 50 metros. Depois, foi atropelado por outros veículos.

A frente da moto ficou totalmente danificada e o guidão quebrou ao meio. O Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) foi acionado, e o médico da unidade constatou o óbito na faixa de rolamento da rodovia. O motociclista estaria sem capacete no momento do choque. A motocicleta foi recolhida pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e levada para a base de São José.

Homenagem.

Arthur era confeiteiro, mas era "pau para toda obra", estava sempre disposto a ajudar. Ele era querido pelos amigos e pela família, conhecido por seu coração generoso. "Ajudava mais aos outros do que a ele mesmo", contou Sandra. "Ele era aventureiro, tinha loucura pela moto dele", complementa a mãe. "Era amável, uma pessoa única, especial, brincalhão, tinha muitos amigos. Foi muito amado", disse ela.

Sandra postou uma homenagem nas redes sociais. Confira abaixo:
"Arthur, meu filho, nenhuma palavra vai descrever o seu valor. Você não se amava, você amava os outros. Você viveu intensamente do jeito que você queria. Alma aventureira, irônico, sarcástico, sem arrependimento, prestativo. Como você falou: 'mãe, quero viver hoje, se amanhã eu morrer, se eu morrer em uma moto, morro uma pessoa feliz. É assim mesmo, morre hoje ou amanhã, tanto faz'", escreveu a mãe.