MONITORAMENTO

Estados intensificam cerco a facções; Vale tem papel estratégico

Por Guilhermo Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Editor-chefe de OVALE
Reprodução/PM

Cerco ao crime organizado.
Tendo o Vale do Paraíba como foco, forças de segurança pública de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais estão trabalhando em conjunto para aperfeiçoar o combate às facções criminosas que atuam de forma interestadual. As ações de inteligência, que têm participação de policiais civis e militares, têm como meta monitorar a movimentação de criminosos ligados a organizações criminosas.

Para isso, um dos objetivos centrais é tornar mais intensa a troca de informações de inteligência e a comunicação, já que o crime não respeita limites geográficos ou divisas. Há também a preocupação quanto a criminosos que procuram esconder-se em estados vizinhos e facções que tentam conquistar terreno, invadindo áreas em outras unidades da federação.

O incremento do combate às facções criminosas foi anunciado pelo comandante do CPI-1 (Comando de Policiamento do Interior), coronel Luiz Fernando Alves, que visitou a redação de OVALE na última semana. Ele assumiu o comando da PM no Vale em 30 de abril deste ano.

Naquele mês, em entrevista a OVALE, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que o  Vale é palco de uma guerra entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e facções criminosas do Rio de Janeiro, como 
o CV (Comando Vermelho), que tentam se infiltrar em território paulista. Veja o vídeo da entrevista.

De acordo com o governador, a RMVale é o campo de batalha entre os 'irmãos' do PCC, facção que foi criada em Taubaté em 1993 e se espalhou por todo o país, e os criminosos cariocas de grupos como o CV, TC (Terceiro Comando) e o ADA (Amigos dos Amigos). Em disputa estão o controle de pontos de venda de droga, no 'varejo', e também o domínio de uma área estratégia, por onde o crime organizado escoa 90% das drogas e armas que abastecem facções no Rio de Janeiro.

De acordo com o governador, esse quadro é determinante no número de assassinatos na RMVale.
Com a violência em crescimento – 13% a mais em homicídios em 2024 do que no ano passado –, o Vale do Paraíba tem oito das 10 cidades no topo do ranking da taxa de vítimas de homicídio por 100 mil habitantes do estado de São Paulo (Veja a matéria aqui).

A lista contabiliza as 100 maiores cidades paulistas e foi feita por OVALE com base nos dados oficiais da SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo. O indicador leva em conta o número de pessoas mortas em homicídios nos últimos 12 meses, de junho de 2023 a maio de 2024. Nesse período, a RMVale acumula 333 pessoas mortas contra 332 no intervalo anterior.

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