Relatório elaborado por analistas do banco Santander aponta que o C-390 Millennium da Embraer se manterá como “o produto mais competitivo da categoria pelos próximos 10 a 20 anos”.
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Num relatório publicado em fevereiro deste ano, o banco estima que o mercado endereçável para o cargueiro pode chegar a US$ 20 bilhões – levando em conta todos os países com cargueiros que já têm 40 anos de uso e precisarão ser trocados em breve, o que dá 260 aeronaves.
O montante representa cerca de oito vezes a atual carteira de pedidos da Embraer no segmento de defesa e segurança. Mas como é improvável que a fabricante conquiste todos esses clientes, o Santander trabalha com um cenário mais provável de ordens potenciais de cerca de US$ 9 bilhões – quase R$ 50 bilhões na cotação atual do dólar.
O avião tem faixa de preço que varia, dependendo da configuração, de US$ 60 milhões a US$ 180 milhões. Para efeitos de sua análise, o banco considerou um preço médio de US$ 120 milhões.
O principal concorrente do C-390 é o C130J Super Hercules, produzido pela empresa norte-americana Lockheed Martin e que ainda domina esse mercado.
Qualidade.
Os analistas Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem acreditam, no entanto, que o C-390 da Embraer tem diferenciais em relação à concorrência e que seu sucesso tem a ver com a performance ‘high-class’ do produto.
“Ele usa uma tecnologia estado da arte de aviação, tem uma performance operacional ‘best-in-class’, carregando 29% mais carga e voando 15% mais rápido que aeronaves de transporte de médio porte comparáveis, tem um custo de vida reduzido e acessível, com menos manutenções, e a capacidade de mudar rapidamente as configurações de missões, transformando-se numa unidade aérea de combate a incêndios, um avião de busca e salvamento ou um navio-tanque” escreveram os analistas.
Desde seu lançamento, a Embraer já entregou nove aeronaves C-390, sendo seis para o Brasil, dois para Portugal e um para a Hungria. A carteira de pedidos firmes da aeronave já passa de US$ 2,5 bilhões.
Além desses três países, a Coreia do Sul fechou um pedido firme de três aeronaves em dezembro, e Áustria, Holanda e República Tcheca já sinalizaram que têm a intenção de fazer pedidos que somariam mais de US$ 4 bilhões.
A Embraer também disputa um contrato que pode mudar de patamar as vendas da área de defesa. Trata-se de fornecer o avião para a Força Aérea da Índia, que pode comprar até 80 aeronaves.