RESISTÊNCIA

Mortes em confronto com as polícias dobram no Vale em 2024

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação / Governo de SP
Polícia Militar
Polícia Militar

Com três jovens mortos pela Polícia Militar no Vale do Paraíba num intervalo de 30 horas, a região registrou no primeiro trimestre deste ano um aumento de mortes em confronto na comparação com o mesmo período do ano passado.

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De acordo com dados oficiais da SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo, os óbitos passaram de seis para 12 na região, entre janeiro e março.

Trata-se do maior número de mortes em confronto com as polícias para o primeiro trimestre desde 2020, quando 18 pessoas morreram na região. Nesse período, o Vale reduziu as mortes em confronto para quatro em 2022 e seis em 2023, que estão entre os menores índices da série histórica.

O Vale tem o segundo maior número de mortes em confronto com as polícias do interior de São Paulo, atrás apenas da Baixada Santista, que registrou 36 óbitos no primeiro trimestre. Piracicaba teve 10, Sorocaba 8 e Campinas, 10 mortes.

A região teve 12,63% do total de mortes em confronto do interior (95) e metade das mortes registradas na capital (23), cidade com 12 milhões de habitantes – população 4,8 vezes maior do que a do Vale. No estado, as mortes em confronto chegaram a 220, crescimento de 89% ante as 116 do ano passado.

PERFIL

Todas as mortes registradas como resistência na RMVale no primeiro trimestre foram em ocorrências com a Polícia Militar, com policiais em serviço.

No ano passado, de janeiro a março, a região revê quatro mortes com policiais militares em serviço e duas mortes com policiais civis, uma deles de folga.

O aumento na RMVale ocorre após queda nas mortes em confronto com as polícias em 2022, quando a região encerrou o ano com 17 mortes por confronto e 32% a menos em comparação com 2021, que teve 25.

O recorde histórico do Vale foi registrado nos anos de 2020 e 2019, quando o Vale acumulou 38 e 30 mortes em confronto com as polícias, respectivamente. As 17 mortes de 2022 foram as mais baixas para a região desde os oito óbitos de 2013.

A redução das mortes em confronto ocorreu após a instalação de câmeras corporais em policiais militares, medida iniciada no começo de 2021 pelo então governador de São Paulo, João Doria.

O equipamento é defendido pela Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo, por entidades de direitos humanos e por especialistas em segurança pública.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) chegou a anunciar uma paralisação do programa de câmeras corporais, mas depois voltou atrás e disse que estuda ampliar a aquisição do equipamento.

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