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Desde 2010, a região tem a maior taxa de vítimas de homicídio do estado – 12,63 vítimas por 100 mil habitantes nos últimos 12 meses, mais do que o dobro da taxa estadual (6,02).

Além disso, a região teve a maior quantidade de mortos em homicídios do interior paulista em 2023 (316) e abriga 10 das 16 cidades mais violentas do estado, entre elas Cruzeiro, Lorena e Guaratinguetá, no Vale Histórico.

MURALHA

Em entrevista à rede Sampi, da qual o jornal é um dos fundadores, respondendo a pergunta feita por OVALE, Tarcisio explicou que o Muralha Paulista vai além da instalação de câmeras e que funciona como um sistema agregador de informações e de redes de monitoramento.

“As câmeras não têm a ver com o Muralha, que é um sistema que vai organizar a informação”, disse o governador.

Privada ou pública, cada câmera de monitoramento é um sensor que gera informação, por meio de imagens e outros dados. Segundo Tarcisio, o Muralha Paulista vai pegar todas essas informações geradas pelas câmeras e organizá-las em um ambiente de nuvem. Por meio de Inteligência Artificial, o governo estadual usará esses dados para prever comportamentos criminosos e determinadas ameaças.

O sistema poderá captar, ainda segundo o governador, imagens e dados de câmeras de empresas, concessionárias de rodovias e prefeituras, como em locais às margens das estradas e pontos estratégicos.

“Estamos fazendo um investimento brutal nos últimos tempos, um investido bastante alto em tecnologia e isso está sendo bastante ensaiado. O Muralha já entrou em operação e vamos fazer o lançamento oficial em breve”, disse Tarcisio.

INTEGRAÇÃO

Ele explicou que o governo criou um Centro Integrado de Comando e Controle que vai utilizar essas informações geradas pelo Muralha Paulista, incluindo dados sobre o trânsito em rodovias, em razão do transporte de drogas e armas, que Tarcisio chama de "mobilidade criminal.

“O índice criminal do Vale do Paraíba já começou a ceder um pouco e vamos usar muita tecnologia no Vale para cair ainda mais”, afirmou Tarcisio.

Na região, a Agemvale (Agência Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) lançou uma licitação para contratar o serviço de câmeras de monitoramento para as cidades do Vale Histórico.

Porém, o edital foi suspenso em outubro do ano passado com a promessa de ser ampliado para todas as cidades do Vale, com previsão de ser relançado em fevereiro deste ano. O documento não foi publicado até o momento.

Tarcisio minimizou a contratação de mais câmeras: “Quero dizer que não é o mais importante, porque temos muitos sensores já colocados. Posso colocar as imagens de qualquer câmera no sistema. O Muralha vai fazer essa organização. Talvez o menos importante seja contratar mais câmeras. O maior desafio é organizar essa informação”, disse o governador de São Paulo.

Segundo ele, o sistema servirá para conter a “mobilidade criminal”, tendo como prioridade o Vale do Paraíba, a Baixada Santista e a Região Metropolitana de São Paulo. “São áreas prioridades para nós, pela maior ação do crime organizado”, afirmou.

A entrevista de Tarcísio, em que ele respondeu à pergunta de OVALE, foi concedida na sede do GCN, em Franca, também um dos veículos fundadores da rede Sampi, maior startup de jornalismo do interior de São Paulo.