TRAGÉDIA

Aos 17 anos, Letícia morre vítima de racha a 140 Km/h; motorista é investigado

Letícia Maria Barroso Camargo teve o crânio rachado, sofreu afundamento na face e morreu no local. O caixão não foi aberto durante o velório

Por Da redação | 16/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Ceilândia

Reprodução

Letícia ficou presa às ferragens e não resistiu
Letícia ficou presa às ferragens e não resistiu

A rodovia BR-070 estava molhada por uma garoa fina, na noite de 21 de dezembro de 2023, em Ceilândia, quando um Jetta cortou a pista a mais de 140 Km/h e atingiu com violência a caçamba de um caminhão de lixo. Com o impacto, a adolescente Letícia Maria Barroso Camargo, de 17 anos, ficou presa às ferragens do veículo e morreu no local. A tragédia, no entanto, não foi uma fatalidade. O homem que estava ao volante participava de um racha.

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Ao todo, oito pessoas estavam no sedan esportivo no momento do acidente que tirou a vida da estudante: o vendedor de uma grande concessionária, identificado como Rafael Alves de Oliveira, de 33, e sete garotas com idades entre 17 e 20 anos. Investigações conduzidas pela 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) apontam que o condutor do Jetta estava embriagado na madrugada em que cometeu a imprudência fatal.

Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro e tentou escapar, mas foi encontrado. O vendedor estava ferido e acabou encaminhado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC). A polícia indiciou Rafael por homicídio e tentativa de homicídio dolosos porque há indícios de embriaguez, racha e fuga do local. O inquérito está em sua fase final.

Vítima Fatal

Em decorrência da colisão, Letícia teve o crânio rachado e sofreu afundamento na face. O caixão da adolescente nem sequer foi aberto durante o velório.

Letícia costumava registrar em imagens as saídas na companhia de Rafael. Em vídeos, o motorista aparece acelerando o carro e participando de rachas em uma das pistas do Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), dias antes da tragédia.

Em outro vídeo, em um bar, a adolescente abraça o vendedor e diz que ele é “aliciador de menores”. Na noite anterior, na madrugada de 21 de dezembro, Letícia fez diversas gravações confraternizando com as seis jovens também vítimas – sobreviventes – do acidente e com Rafael, em Taguatinga Norte. A noitada foi regada a bebidas alcoólicas.

Antes disso, em outro vídeo registrado no fim de tarde anterior à madrugada do acidente e ainda com a camiseta da empresa em que trabalhavam, a adolescente filmou uma pistola e munição que estavam no carro do vendedor. Nas imagens, Rafael aparece visivelmente embriagado.

Acidente

Frente do veículo ficou totalmente destruída

Rafael dirigia em alta velocidade no momento em que colidiu com o caminhão de lixo. Segundo o boletim de ocorrência, o Jetta branco dele estava a 140 Km/h e era ocupado por oito pessoas, no total. A superlotação, de acordo com o artigo 231 do Código de Trânsito Brasileiro, é infração gravíssima.

O etilômetro passivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acusou ingestão de álcool, embora o motorista tenha se recusado a assoprar o bafômetro.

O acidente ocorreu na pista sentido Brasília–Águas Lindas (GO), na região de Ceilândia e próximo a um mercado de vendas por atacado.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) levou as outras passageiras e o condutor do automóvel, que sofreram lesões, para os hospitais regionais de Ceilândia (HRC) e de Taguatinga (HRT).

O motorista do caminhão, um homem de 46 anos, não se feriu nem sentiu dores, segundo o CBMDF, e por isso não precisou de atendimento médico.

Em nota, a concessionária disse não ter qualquer controle sobre as ações de seus colaboradores fora do expediente e salientou que está dando apoio à família de Letícia, que estagiava na empresa. Sobre o vendedor Rafael, acusado de beber e praticar racha, ressaltou que ele “está com seu contrato de trabalho suspenso em razão de afastamento junto ao INSS desde o ocorrido”. Por fim, lamentou a morte da adolescente e reiterou o “compromisso com a segurança e o bem-estar de todos os nossos colaboradores”.

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