O cabo da Polícia Militar Rahoney de Paula Vieira, 31 anos, foi morto após apontar uma arma para um motorista de aplicativo e levar sete tiros, disparados por outro policial militar, que não reconheceu Rahoney, que estava numa moto e à paisana. Ele deixa esposa e um filho.
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O caso aconteceu durante uma ação de patrulhamento na Vila Andrade, na zona sul de São Paulo, na última sexta-feira (29). Rahoney era policial militar desde 2014 e fazia parte do COE (Centro de Operações Especiais), batalhão especial da polícia.
Segundo o boletim de ocorrência, dois policiais militares estavam em uma viatura quando avistaram um homem de capacete apontando a arma para um carro, e interpretaram a situação como um assalto. Um dos policiais atirou e acertou sete disparos no então suspeito.
Após ser baleado, o homem se identificou como Rahoney, cabo da PM. Ao reconhecer a vítima, o outro policial da viatura notou que ambos haviam trabalhado juntos no mesmo batalhão, oito anos antes. O cabo foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Uma gravação de vídeo feita por moradores da Vila Andrade mostra o desespero dos policiais militares ao descobrirem que haviam atirado por engano no cabo PM.
INVESTIGAÇÃO.
Ambos os policiais da viatura usavam câmeras corporais. As imagens auxiliarão na investigação da ocorrência.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo afirmou que a Polícia Militar e o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) investigam “todas as circunstâncias” que envolvem a morte do policial.
A pasta confirmou que “um dos policiais do patrulhamento” foi quem atirou contra o colega de farda, mas sem especificar qual deles efetuou o disparo. O caso é investigado como morte decorrente de intervenção policial.
O que se sabe sobre a morte de Rahoney é que ele estava de folga, dirigia uma moto e abordou o carro na rua, talvez achando se tratar de uma atitude suspeita.
MOTORISTA.
O motorista do aplicativo disse que estava tendo problemas com o GPS do app e, por isso, estava dando voltas na região.
Em depoimento à polícia, ele disse que estava fazendo uma manobra para retornar a uma rua quando foi surpreendido pelo policial com a arma em punho. Segundo o motorista, não houve qualquer discussão prévia no trânsito entre eles.
Ele contou que aguardava o sinal abrir na rua Maria José da Conceição e veículos liberarem a passagem para virar à direita, quando um homem teria parado ao seu lado, arma em punho, dizendo “vai, vai, vai”. Na sequência, o motorista teria ouvido os disparos.
“O declarante esclarece que viu aquele indivíduo apenas no momento que ele sacou a arma, não havendo qualquer tipo de discussão de trânsito entre eles antes da abordagem”, declarou o motorista à polícia, segundo trecho do boletim de ocorrência divulgado pela Folha de S.Paulo.
HOMENAGEM.
Em uma postagem nas redes sociais, o Batalhão de Operações Especiais lamentou a morte do policial.
“A família polícia militar lamenta, com profundo pesar, a perda de nosso companheiro. Somos gratos por todo legado deixado. Nesse momento de dor, unimos nossos sentimentos aos familiares e elevamos nossos pensamentos a Deus rogando-lhe que, por meio de seu grande amor, possa consolar os corações e curar as feridas dessa separação”, diz a mensagem.
A mulher do policial também se manifestou nas redes sociais. "Vou te amar para sempre”, escreveu ela. Os amigos também deixaram comentários na publicação.