Maria Mercedes Chaves, conhecida como Maria Lata D'Água, faleceu nesta sexta-feira (23) aos 90 anos, em Cachoeira Paulista. Ela estava internada em um hospital da cidade desde o início do ano. A causa da morte não foi divulgada.
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Ela foi passista e desfilou por 45 anos em escolas de samba do Rio de Janeiro, como a Portela, Salgueiro, Beija-Flor, Estácio de Sá e Mocidade Independente de Padre Miguel.
Nas redes sociais, a Portela prestou homenagem à antiga passista: “É com grande pesar que a Portela lamenta a morte da nossa ex-passista Maria Mercedes Chaves Roy, ou apenas Maria Lata D'Água”.
Maria Lata D'Água ficou conhecida por desfilar com uma lata de 20 litros na cabeça, servindo de inspiração para a marchinha ‘Lata d'água na cabeça’, composta por Luís Antônio e Jota Júnior em 1952.
“O presidente da Portela, Fábio Pavão, o vice-presidente, Junior Escafura, a diretora da Ala de Passistas, Nilce Fran e toda a família portelense lamentam a morte de Maria Lata D'Água e se solidarizam com familiares e amigos”, diz a nota da escola.
Nos anos de 1990, enquanto participava de um retiro, Maria Mercedes “ouviu o chamado de Deus” e se converteu. A partir dali, abandonou a carreira de passista e passou a ser uma “sambista de Deus”, como costumava dizer.
Na Canção Nova, exerceu o ministério extraordinário da comunhão e fez parte do grupo de intercessão, a partir de 2004. A mulher que gritava às multidões: “Olha a nega chegando”, passou a pedir, silenciosamente, em nome de Jesus Cristo: “Dai-me almas”.
VIDA.
Nascida em 25 de setembro de 1933, em Diamantina (MG), durante sua infância, Maria pegava água numa bica, acompanhada pela mãe, para suprir a necessidade da família.
Aos 11 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, dos 13 aos 16 anos, viveu em situação de rua. Conheceu pessoas do meio artístico, que a levaram para uma apresentação num circo e, aos 18 anos, Maria sambou pela primeira vez com uma lata de água (20 litros) na cabeça.
Com o sucesso dessa apresentação, a sambista foi parar no programa do Chacrinha. Nas décadas de 50 a 70, encantou o carnaval carioca, desfilando durante décadas em diversas escolas de samba, e passou pelos palcos mais importantes da Europa, onde morou por 30 anos.
Em 2017, ela lançou sua autobiografia "Lata D'água na cabeça – Da passarela ao Sacrário", no qual relatou momentos importantes da sua vida e seu trabalho como missionária católica.
O corpo de Maria Lata D'Água está sendo velado no Velório Municipal de Cachoeira Paulista. Ao meio-dia acontecerá a missa de corpo presente no Santuário do Pai das Misericórdias, na Canção Nova.