As condições climáticas extremas e a desinformação são os maiores riscos globais nos próximos anos. A conclusão é do Relatório de Riscos Globais de 2024 do Fórum Econômico Mundial, documento que foi elaborado após serem ouvidas 1,4 mil lideranças empresariais em 113 países.
A 53ª reunião anual do fórum será realizada em Davos, na Suíça, entre os dias 15 e 20 desse mês. O evento deve reunir mais de 2.700 líderes, entre chefes de Estado, representantes de organizações internacionais e empresários.
O relatório, que traz uma lista de riscos no curto (até dois anos) e no longo prazo (em um horizonte de 10 anos), tem uma grande mudança em relação aos últimos levantamentos. A preocupação com informações falsas e desinformação apareceu pela primeira vez entre os 10 maiores riscos globais no curto prazo. E logo em primeiro lugar. O relatório conclui que isso ocorreu devido à ascensão de novas ferramentas de inteligência artificial, que facilitaram a fabricação de vídeos, imagens e áudios falsos com alto grau de realismo - a chamada ‘deepfake’. Outro fator que explica o receio com a desinformação é que algumas das principais economias do mundo, como Estados Unidos, Índia e México, terão eleições esse ano.
O tema “eventos climáticos extremos”, além de aparecer em segundo lugar na lista dos maiores riscos em curto prazo, está em primeiro lugar na relação de longo prazo. No horizonte de 10 anos, aliás, questões de transformações do clima dominam o top 4: na segunda posição aparece o tema “alterações críticas nos sistemas da Terra”, seguido de “perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas” e “escassez de recursos naturais”. Em quinto lugar aparece o quesito “informações falsas e desinformação”.
Ou seja, tanto a curto quanto a longo prazo, as condições climáticas extremas e a desinformação são os maiores riscos globais - à frente de outros temas como “polarização social”, “cibersegurança”, risco de “conflitos armados entre países” e “resultados adversos das tecnologias de inteligência artificial”.
O relatório adota tom pessimista, e com razão. Embora os temas que encabeçam as listas sejam debatidos há muito tempo, a humanidade ainda está longe de alcançar soluções.