PROCESSO

Para PGJ, lei que suspende a cobrança da taxa de luz em Taubaté é inconstitucional

Alvo de ação movida por Saud no TJ, lei determina que cobrança seja suspensa quando a Prefeitura não contar com uma empresa terceirizada para a manutenção da iluminação pública

Por Julio Codazzi | 15/12/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Taubaté

Divulgação/CMT

Taubaté ficou 13 meses sem contrato para manutenção da iluminação
Taubaté ficou 13 meses sem contrato para manutenção da iluminação

A PGJ (Procuradoria Geral de Justiça) opinou pela inconstitucionalidade da lei municipal de Taubaté que determina que a cobrança da taxa de luz seja suspensa quando a Prefeitura não contar com uma empresa terceirizada para a manutenção da iluminação pública.

Faça parte do canal de OVALE no WhatsApp e receba as principais notícias da região! Acesse: https://whatsapp.com/channel/0029VaDQJAL4tRs1UpjkOI1l

No parecer, a PGJ, que representa o Ministério Público perante o Tribunal de Justiça, argumentou que a norma não levou em consideração que "o serviço pode ser diretamente executado" pelo município, sem que seja obrigatória a terceirização.

A PGJ apontou ainda que, embora possa resultar em renúncia de receita, o projeto que deu origem à lei não foi acompanhado de estimativa de impacto financeiro, e que a execução da norma "pode gerar comprometimento na efetiva entrega do serviço de manutenção de iluminação à população".

LEI.
De outubro de 2022 a novembro de 2023, Taubaté ficou sem contrato terceirizado de manutenção da iluminação. Nesses 13 meses, o serviço foi executado de forma precária por equipes da Prefeitura – no período, o número de lâmpadas apagadas chegou a 7% do total de luminárias do município.

Em meio a reclamações de moradores, em junho a Câmara aprovou o projeto do vereador Diego Fonseca (PSDB), que é da oposição, para suspender provisoriamente a cobrança da taxa de luz. No mesmo mês, a proposta foi vetada pelo prefeito José Saud (PP). O veto foi derrubado em setembro, por unanimidade.

Ao TJ, a Câmara alegou que a norma é constitucional, pois os vereadores teriam competência para apresentar projetos dessa natureza.

AÇÃO.
A ação contra a lei foi ajuizada por Saud logo em setembro. No processo, o prefeito alegou que o serviço de manutenção "pode também ser prestado pelo próprio município" e que a suspensão da cobrança, além de configurar "nítida interferência entre os poderes", poderia provocar "grave lesão à ordem pública e econômica".

A ação será julgada pelo Órgão Especial do TJ, que é composto por 25 desembargadores. Ainda não há data marcada para isso.

Em setembro, o relator do processo, o desembargador Costabile e Solimene, rejeitou a concessão de uma liminar que suspenderia provisoriamente a eficácia da lei.

TAXA.
Devido à lei, as contas de energia sobre o consumo de outubro, que foram pagas em novembro, vieram sem a cobrança - a perda de arrecadação foi de R$ 1,3 milhão.

Para residências, a taxa representa acréscimo de 4% a 7,5% na conta. Para imóveis comerciais, varia de 4% a 10%. Para indústrias, de 2,5% a 10%.

Na eleição de 2020, Saud prometeu reduzir a alíquota da taxa de luz, mas isso não foi feito.

Receba as notícias mais relevantes de Vale Do Paraíba e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.