AMBIENTE

Poda de árvore em Campinas gera protesto de moradores convocação de secretário à Câmara

Por Xandu Alves | Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Figueira de grande porte no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, que foi podada pela prefeitura
Figueira de grande porte no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, que foi podada pela prefeitura

A poda de uma figueira de grande porte no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, provocou uma onda de protestos de moradores e críticas de ambientalistas.

Com 12 metros de altura e cerca de 10 metros de diâmetro em seu tronco, a árvore é exótica e aparenta ter cerca de 60 anos, segundo especialistas.

A árvore está plantada em área central do distrito e é considera um símbolo de Barão Geraldo, de grande valor histórico e cultural para os moradores.

Segundo o DPJ (Departamento de Parques e Jardins) da Prefeitura de Campinas, a poda da figueira foi iniciada em 21 de agosto e levou três dias para ser executada.

A avaliação do DPJ era de que a árvore precisava ser podada por apresentar “sintomas de declínio como perda constante de folhas, secamento, apodrecimento e quedas de galhos”.

RISCO

No entanto, o corte foi considerado exagerado e possível de colocar em risco a sobrevivência da árvore, que teve todos os galhos cortados. Ambientalistas alegam que a figueira não tolera uma poda drástica.

“A figueira era um símbolo de Barão e foi destruída sob a falsa justificativa de uma ‘poda’. Provavelmente a intervenção da prefeitura matou a árvore, mais uma”, disse a vereadora Mariana Conti (PSOL).

Ela apresentou um pedido na Câmara para convocar o secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Dimas Paulella, a dar explicações sobre a poda da árvore.

“Se a árvore representava um risco às pessoas, e a segurança de fato vem em primeiro lugar, isso precisa ser confirmado por um laudo técnico, como determina a lei, que justifique e aponte para uma intervenção adequada. Exigi o laudo como determina a lei e cobrei que secretário Ernesto Paulella venha à Câmara explicar essa e tantas outras extrações de árvores.”

Segundo Mariana, o corte em Barão Geraldo foi realizado em meio a outras polêmicas envolvendo a supressão de árvores em toda a cidade, como a retirada na avenida. Francisco Glicério, na rua Abolição, no Bosque dos Jequitibás e na Lagoa do Taquaral.

“A prefeitura tem acumulado ações destrutivas das árvores e matas da cidade. Esse é um modelo de cidade retrógrado. Vivemos tempos de secas e queimadas, chuvas torrenciais e enchentes, doenças respiratórias e outras. Quando Dário [Saadi, prefeito de Campinas] devasta as árvores urbanas e áreas verdes de Campinas, contribui para esses eventos. É preciso parar agora e recuperar o que foi destruído”, afirmou a vereadora.

OUTRO LADO

Em nota, a Secretaria de Serviços Públicos de Campinas informou que a figueira (Ficus elastica) é exótica, de grande porte e que foi podada, e não será extraída.

“A árvore foi podada pela equipe técnica do Departamento de Parques e Jardins porque estava apresentando apodrecimento, secamento nas pontas dos galhos e perda constante de folhas – foi acometida de um ataque de fungos que levou ao secamento da parte aérea, com iminente risco de queda. O trabalho foi concluído”, afirmou a pasta.

De acordo com a secretaria, a poda foi feita para evitar que os galhos caíssem e pudessem oferecer risco a pedestres e motoristas.

“Além da questão da segurança, a poda também é para recuperar a copa da árvore e estimular o crescimento de novos brotos.”

"A poda ocorreu porque a figueira já estava em franco declínio vegetativo, com doença fúngica constatada. Nós temos que prezar pela segurança da população. A árvore está em uma área de extremo fluxo de pessoas e veículos. Realizamos a poda no tempo correto, com intuito de oferecer segurança à população e a restauração do indivíduo arbóreo", disse João Pedro Serrano, engenheiro florestal da Secretaria de Serviços Públicos de Campinas.



Árvore antes de ser podada em Campinas / Divulgação

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