SEGURANÇA

Presos em Campinas em 2023 podem lotar 8,2 vezes CDP da cidade

Forças de segurança prenderam 6.744 pessoas na região de Campinas neste ano, entre janeiro e junho, com 4.440 em flagrante; CDP de Campinas tem capacidade para abrigar 822 presos

Por Xandu Alves | 28/08/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Campinas

Reprodução

Complexo penitenciário em Campinas
Complexo penitenciário em Campinas

O número de pessoas presas esse ano em Campinas dá para lotar mais de oito vezes o CDP (Centro de Detenção Provisória) instalado na cidade, no bairro Nova Boa Vista.

De acordo com dados da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), as forças de segurança prenderam 6.744 pessoas na região de Campinas neste ano, entre os meses de janeiro e junho.

O CDP de Campinas comporta 822 presos, capacidade 8,20 vezes menor do que a de pessoas presas neste ano.

Foram presas 4.440 pessoas em flagrante e 2.304 por mandato neste ano em Campinas, sem contar os 313 adolescentes apreendidos – 239 em flagrante e 74 por mandato, que são recolhidos em unidades da Fundação Casa e não do sistema prisional.

O número de presos em 2023 (6.744) representa um aumento de 5% na comparação com as prisões realizadas no mesmo período do ano passado, que teve 6.403 pessoas presas – 4.304 em flagrante e 2.099 por mandato.

A situação se complica com a superlotação do CDP de Campinas, que já opera muito além da sua capacidade.

Instalada no ano 2000, a unidade comporta 822 pessoas e está com 1.133 presos, de acordo com os dados da SAP (Secretaria de Estado da Administração Penitenciária).

Ou seja, o CDP opera atualmente com 40% acima do que pode atender.

De acordo com o governo estadual, os presos provisórios em Campinas podem ser levados para outras unidades de detenção provisória na região. No entanto, elas também operam acima do limite da capacidade.

O CDP de Jundiaí pode receber 847 presos e conta atualmente com 1.188. A unidade de Hortolândia tem capacidade para 844 e está com 1.309. O CDP de Americana atende 897 presos e tem capacidade para 640 detentos.

Doutor em ciência política pela Unicamp, Paulo de Tarso da Silva Santos defende uma mudança urgente no modelo prisional para reduzir a possibilidade de um colapso no sistema, risco que ele aponta desde 2015, em uma tese de doutorado. "Não podemos nos esquecer qual é a função do Estado", disse ele ao Jornal da Unicamp..

O governo Tarcísio de Freitas entregou, no último dia 12, o novo CDP (Centro de Detenção Provisória) de Aguaí, a cerca de 100 km de Campinas. A unidade tem capacidade para abrigar 823 presos provisórios.

O investimento foi de R$ 53,8 milhões, com R$ 21,7 milhões do governo federal. Segundo Tarcísio, a nova unidade vai fortalecer a segurança na região de Campinas.

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