IGREJA

Em mensagem, CNBB manda recados ao país e cobra mudanças na economia

Divulgada durante encontro em Aparecida, mensagem da CNBB traz críticas ao mercado financeiro e aos juros altos

Por Xandu Alves | 07/05/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Divulgação

Nova presidência da CNBB toma posse em Aparecida
Nova presidência da CNBB toma posse em Aparecida

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) encara os muitos desafios que o Brasil apresenta com a convicção de que a união do povo deve ser alicerce para novos rumos, especialmente nas questões econômica e social.

Significa superar a polarização política que se arrasta desde as eleições de 2018 e que se intensificou no ano passado.

O país ainda acompanhou estarrecido uma tentativa de golpe de estado em 8 de janeiro.

O novo presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, que também é arcebispo de Porto Alegre (RS), assumiu o posto em meio a um dos períodos mais conturbados da história nacional desde a redemocratização.

O religioso foi eleito presidente durante a 60ª Assembleia Geral da CNBB, realizada no Santuário Nacional de Aparecida, entre 19 e 28 de abril.

Em Aparecida, a CNBB divulgou uma mensagem ao povo brasileiro que traz as linhas de atuação que a entidade pretende seguir com a nova direção. O texto é bastante crítico e reforça a necessidade de união do país.

MENSAGEM

O documento critica os juros altos cobrados no Brasil e o mercado financeiro, o descaso com os indígenas e destaca a importância de proteger o meio ambiente e acabar com a fome, além de pedir melhores condições de trabalho e geração de emprego. Também prega a união dos brasileiros para enfrentar situações como autoritarismo, polarização e desinformação.

“Por trás da palavra ‘mercado’ existe um sistema financeiro e econômico autônomo, que protagoniza ações inescrupulosas, destrói a vida, precariza as políticas públicas, em especial a educação e a saúde, adota juros abusivos que ampliam o abismo social, afeta a cadeia produtiva e reduz o consumo dos bens necessários à maioria do povo brasileiro”, diz trecho do documento.

Em outro, fala que a “crescente informalidade das relações trabalhistas reduz a segurança social e impede o acesso ao mínimo para a sobrevivência”, além de citar que o “trabalho análogo à escravidão, presente em todo o território nacional, é uma chaga social que precisa ser energicamente combatida pelos poderes constituídos e por toda a sociedade”.

Os bispos pedem atenção à vacinação, o fim da guerra na Ucrânia e atenção a “diversos males afligem os brasileiros”.

“Muitas outras situações nos preocupam, como os autoritarismos, as polarizações, as desinformações, as desigualdades estruturais, o racismo, os preconceitos, a corrupção, a banalização do mal e das vidas, as doenças, a drogadição, o tráfico de drogas e pessoas, o analfabetismo, as migrações forçadas, as juventudes com poucas oportunidades, as violências em todas as suas dimensões (...).”

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