TECNOLOGIA

Embraer desenvolve nova família de jatos para zerar emissão de gases até 2050

Aeronaves têm propulsão elétrica, híbrida e com célula de hidrogênio

Por Xandu Alves | 05/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Divulgação

Imagem da nova família de jatos da Embraer
Imagem da nova família de jatos da Embraer

A mobilidade aérea verde.

A Embraer está empenhada em desenvolver aeronaves sustentáveis para o futuro, com propulsão híbrida, com células de hidrogênio ou elétrica. Para tanto, vem agregando empresas parceiras pelo mundo e apostando em projetos audazes e inovadores.

Batizado de ‘Energia’, o projeto da Embraer explora uma série de conceitos sustentáveis para transportar de 19 a 30 passageiros.

Segundo a empresa, a iniciativa considera uma série de fontes de energia, arquiteturas de propulsão e de fuselagem para reduzir as emissões de carbono em 50% a partir de 2030. Trata-se de “passo fundamental” na meta da companhia em se tornar neutra em carbono até 2050.

Trata-se de quatro novas aeronaves que deverão ter a sua maturidade tecnológica entre 2030 e 2035.

Duas aeronaves utilizam propulsão híbrida elétrica (projetos E19-HE e E30-HE), respectivamente para levar 19 e 30 passageiros.

Elas devem chegar primeiro ao mercado (2030) com 60% de redução de ruído externo e 90% de diminuição na emissão de carbono usando SAF (em português, Combustível Sustentável de Aviação). Se for combustível JetA1, a redução será de 30%.

Para 2035, a meta é de dois outros aviões (projetos E19-H2FC e E30-H2FC), também de 19 e 30 lugares, voando com célula combustível de hidrogênio. Eles terão 70% a menos em ruído externo e zero emissão de carbono.

Todos os projetos têm os motores montados na traseira da aeronave, em um desenho inovador e moderno.

“Como líder global em aeronaves regionais, a Embraer está bem posicionada para trazer tecnologias disruptivas primeiro para aeronaves menores”, disse Arjan Meijer, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial. “As aeronaves regionais menores serão as primeiras plataformas nas quais novos sistemas de combustível e propulsão poderão ser introduzidos de forma eficaz”.

Ainda em fase de avaliação, segundo a Embraer, as arquiteturas e tecnologias estão sendo estudadas quanto à viabilidade técnica e comercial. Para tanto, a empresa lançou o ‘Energia Advisory Group’ (Grupo Consultivo de Energia), segundo ela “para aproveitar as contribuições e a colaboração de companhias aéreas parceiras”.

“Acredito que estabelecemos metas ousadas, mas realistas, para que esses conceitos cheguem ao mercado. Desde que anunciamos nossos conceitos de Energia no ano passado, estivemos ocupados avaliando diferentes arquiteturas e sistemas de propulsão. Esses esforços resultaram nas atualizações de nossos conceitos que estamos compartilhando com vocês”, disse Meijer.

“Várias companhias aéreas fazem parte do nosso Grupo Consultivo de Energia, a experiência e o conhecimento que trazem para o estudo serão fundamentais para acelerar para as próximas fases.”

POSIÇÃO FAVORÁVEL

Para Luis Carlos Affonso, vice-presidente sênior de Engenharia, Tecnologia e Estratégia Corporativa da Embraer, a empresa está numa posição privilegiada para liderar o mercado de aviões com propulsão verde.

“Como as novas tecnologias de propulsão serão aplicadas pela primeira vez em aeronaves menores, a Embraer está em uma posição única. Os aviões de 19 e 30 lugares são pontos de partida sensatos para estudos focados, uma vez que provavelmente apresentarão prontidão técnica e econômica mais cedo”, afirmou o executivo.

“Embora os desafios do net-zero sejam significativos, em menos de 25 anos nossas aeronaves comerciais já reduziram o consumo de combustível e as emissões de CO2 em quase 50% com base em assento/milha, usando apenas combustíveis convencionais e propulsão. Estou convencido de que net-zero é uma meta que podemos alcançar”.

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