Preso após ataques na zona sul de São José dos Campos no início de novembro, que deixaram dois mortos e oito feridos, Celso Oliveira, 44 anos, o ‘Matador da Bíblia’, acreditava ser um justiceiro com uma espécie de ‘missão divina’ de matar o maior número de pessoas possível, especialmente ligadas ao tráfico.
De acordo com áudios do matador obtidos pela Polícia Civil, aos quais OVALE teve acesso, Celso disse que pretendia “matar seis” na região sul de São José. Em outro áudio, fala que “vai morrer uns 15” no Campo dos Alemães.
Entre a madrugada de sábado (5) e a noite de domingo (6), ele praticou duas tentativas de chacina em um intervalo de 43 horas.
Segurando uma Bíblia na mão e a pistola em outra, ele matou duas pessoas e feriu oito – adolescente de 16 anos e homem de 47 morreram nos ataques do matador.
Celso atirou contra um grupo de pessoas em frente de uma escola, no Campo dos Alemães, e dentro de uma adega, no Jardim Imperial. Ele foi preso em flagrante pelo crime de latrocínio num bar do bairro Parque Industrial, após parar para tomar uma cerveja. Ele confessou o crime.
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ESQUIZOFRENIA
De acordo com a Divisão de Homicídios da Polícia Civil, que investiga o caso e vai pedir exame psicológico no ‘Matador da Bíblia’, Celso padece de problemas mentais. Ele permanece preso preventivamente após ter sido capturado.
Os policiais perceberam o desajuste mental do matador durante o interrogatório, quando Celso apresentava, segundo a polícia, “ideias paranoides com falsas convicções -- dizia ser justiceiro -- e mania de perseguição”.
Familiares do matador confirmaram aos policiais que Celso possui transtornos psiquiátricos, mais especificamente esquizofrenia paranoide.
A família informou ainda que, em determinado dia, sem razões aparentes, Celso disse que iria percorrer o país em uma moto. Ele saiu de casa e só retornou após 15 anos, ficando boa parte do tempo no estado do Rio Grande do Norte.
Um laudo médico de 2020 apontou “evolução grave de doença” em Celso, com “grande resistência à medicação” e “inquietação e impulsos agressivos violentos”, com “risco de morte iminente”. O laudo dizia que ele necessitava de “cuidados especiais permanentes de segurança e medicamentos”. O prognóstico era de “caminhante para sombrio”.
Para a polícia, se Celso não fosse preso, ele iria continuar matando em São José, tese confirmada pelos áudios do matador. “O investigado se dizia Policial Militar e que seria uma espécie de justiceiro”, afirmou a Polícia Civil.
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