[Atualizado às 19h09]
Um soldado do Exército, de 24 anos, foi detido acusado de dar joelhadas e ameaçar de morte a ex-companheira em São José dos Campos. As agressões a uma mulher, de 24 anos, aconteceram nesta terça-feira (20), por volta das 13h40, em um conjunto residencial do CDHU, no bairro Santa Inês 3, zona leste da cidade. O caso foi registrado como violência doméstica na Delegacia da Mulher.
Pelas informações apuradas pela reportagem, o soldado é lotado no 6º BIL (Batalhão de Infantaria Leve) de Caçapava. De acordo com informações do Boletim de Ocorrência, ele e a mulher viveram de forma estável por seis anos e o fruto do relacionamento foram duas crianças, de um e três anos. O casal, no entanto, deixou de morar junto no começo de 2022, quando a mulher se mudou da casa do soldado para um apartamento que ambos adquiriram durante o período em que viveram a união estável.
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O relacionamento com o soldado do exército
O relacionamento com o soldado do exército, porém, só acabou em agosto deste ano, quando ele estava em viagem para os Estados Unidos e ela descobriu que estava sendo traída. A mulher, porém, conta que o ex-companheiro não levava em consideração aquilo que ela dizia, segundo o boletim.
A vítima relatou que depois de terminado o relacionamento ficou com outra pessoa, tendo o soldado descoberto. De acordo com o boletim de ocorrência, a partir deste momento, ele começou a dizer que havia saído com outra pessoa "e passado" uma doença para ela.
A mulher ainda disse, em depoimento, que nesta terça-feira trocou mensagens com o soldado do exército e acreditou no arrependimento dele. Nas mensagens trocadas, segundo a vítima, o homem dizia que iria esquecer o que havia acontecido e pretendia ser um bom pai para os filhos. Eles, então, marcaram um encontro na casa onde ela mora com os filhos.
As agressões
De acordo com a vítima, o ex chegou ao local acompanhado do homem que ela havia ficado. Neste momento, o soldado a segurou pelo braço e o homem deixou o recinto, não tendo presenciado as agressões que viriam a acontecer.
Os detalhes do boletim de ocorrência mostram inúmeras agressões: "Pegou a declarante pelo braço, lhe jogou no chão, começou a puxar seu cabelo e dar joelhadas no rosto da declarante (sic). Informa que depois ele lhe puxou pelos cabelos até o quarto dos filhos, lhe chamando de "vadia" e "vagabunda" (sic) e lhe ameaçando, dizendo que ia acabar com minha vida. Disse também que se não devolvesse as coisas iria passar fome com as crianças, cuspindo duas vezes no rosto da declarante e a chamando de lixo (sic)."
O soldado do exército ainda pegou o celular da vítima quando ela iria ligar para a polícia e na saída do local deixou a carteira cair. Ela, porém, com celular antigo conseguiu acionar a Polícia Militar. Com a chegada dos policiais, ele devolveu o celular à ex-companheira.
A mulher informou na DDM (Delegacia da Mulher) que deseja representar contra o militar pelos crimes de injúria e violência doméstica e pede urgentemente a medida protetiva para a garantia de proteção.
Ela passaria por exame de Corpo Delito na tarde desta quarta-feira (21), em São José dos Campos.
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O que diz o Exército?
O Exército Brasileiro foi acionado para responder às perguntas pertinentes ao caso, mas ainda não há uma resposta a respeito dos questionamentos. A reportagem, todavia, apurou que o plantão do 6° BIL de Caçapava foi acionado e que por sua vez designou a 12°Polícia do Exército para o local, onde a ocorrência foi apresentada.
Chegando no Distrito Policial os militares algemaram o Militar e o conduziram até Brigada Militar de Caçapava, onde seria apresentado nesta quarta-feira (21) ao oficial de dia e ao setor disciplinar da unidade.
A ocorrência segue agora em segredo de justiça na Justiça Comum e o Exército, por meio de nota, confirmou o caso, disse repudiar "veementemente qualquer ato contra preceitos éticos e morais da profissão militar". O exército disse ainda que o soldado passou por audiência de custódia nesta quarta e recebeu alvará de soltura.
Confira a nota Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Sudeste (CMSE) enviada à reportagem:
"O militar, preso em flagrante pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, foi levado pela Polícia do Exército para o Batalhão de Infantaria Leve, em Caçapava, e recebeu Alvará de Soltura após passar por audiência de custódia.
Por não se tratar de crime militar, o processo tramitará na Justiça Comum. Pedidos de mais informações sobre o ocorrido devem ser encaminhados à Justiça Estadual. O Comando Militar do Sudeste (CMSE) repudia veementemente qualquer ato que atente contra os preceitos éticos e morais da profissão militar."