Um motociclista de aplicativo foi agredido com capacete por uma passageira após se recusar a levá-la ao interior do Complexo de Israel, no Rio de Janeiro. O local é controlado por uma das principais facções criminosas do estado, o Comando Vermelho (CV). A confusão foi registrada em vídeo, que mostra o momento em que a mulher parte para cima do entregador depois de ele anunciar o cancelamento da corrida.
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Durante a briga, uma viatura da Polícia Militar se aproxima. Mesmo com a presença dos agentes, a discussão prossegue por alguns instantes. O policial pede ao motoqueiro que deixe o local, enquanto a mulher continua exaltada.
A área em que a cena foi capturada é dominada por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão — chefe do Terceiro Comando Puro (TCP) e um dos criminosos mais procurados do estado. Peixão rivaliza com o CV na disputa por territórios no Rio e nunca foi preso.
O episódio reflete uma realidade cotidiana para motoristas e entregadores de aplicativo que atuam no estado. Com diferentes regiões sob o domínio de facções como CV, TCP, Amigos dos Amigos (ADA) ou de milícias armadas, como a liderada por Zinho (sucessora da antiga Liga da Justiça), circular por certas áreas se tornou risco constante.
Muitas dessas organizações criminosas proíbem expressamente o tráfego de veículos de app em seus domínios. Ainda assim, há passageiros que insistem em utilizar os serviços, mudando o destino das corridas no meio do trajeto para locais proibidos.
Casos de entregadores e motoristas que foram assaltados ou mortos por descumprirem essas restrições são comuns. O medo leva profissionais a recusarem viagens ou cancelá-las quando percebem que o destino é dentro de áreas dominadas pelo crime.
A Polícia Militar informou que mantém fiscalização constante na área e que firmou uma parceria com a empresa 99, que passou a contar com botão de emergência no aplicativo, para ser acionado por motoristas em situação de risco.
*Com informações do Metrópoles