Nove cidades da região de Bauru ampliaram a faixa etária de pessoas que podem receber a vacina contra a dengue devido à proximidade do fim do prazo de validade dos lotes recebidos pelas prefeituras. Os moradores de Agudos, Bariri, Lençóis Paulista, Macatuba e Mineiros do Tietê com idades entre 4 e 59 anos já podem procurar uma unidade básica de saúde nestes municípios para receber a primeira dose do imunizante.
Já em Balbinos, Presidente Alves, Pederneiras e Reginópolis, o público ampliado compreende a faixa etária de 6 a 16 anos. A lista, divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde, também incluiu Jaú, mas a prefeitura deste município entrou em contato com o JCNET para informar que mantém a imunização restrita a pessoas de 10 a 14 anos.
Vale destacar que o aumento da abrangência é temporário e deve ser suspenso assim que as doses com prazo de validade iminente acabarem. Quem tomar a primeira dose, contudo, terá a segunda garantida, a ser aplicada com intervalo de 90 dias. Para receber a vacina, é necessário levar documento de identidade, caderneta de vacinação e comprovante de residência ou escolar.
Além das cidades da região, também foram contempladas Capela do Alto, Lupércio, Quintana, Restinga e Santa Branca, totalizando 15 municípios paulistas. A medida, anunciada pelo governo do Estado de São Paulo na última quarta-feira (5), atende a recomendação feita pelo Ministério da Saúde em nota técnica publicada em fevereiro.
Diante da baixa procura pela vacina, destinada e crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, o público-alvo foi ampliado a fim de garantir que todos os imunizantes adquiridos pela União cheguem à população. Assim, doses com prazo de validade de até 60 dias podem ser aplicadas em pessoas de 6 a 16 anos e vacinas que vencem em até 30 dias podem ser direcionadas a moradores de 4 a 59 anos.
Em 2025, os 46 municípios da região de abrangência do Jornal da Cidade já contabilizam 7.750 casos de dengue, com oito mortes - quatro delas registradas em Lins, outras duas em Ibitinga, além de um óbito em Brotas e um em Promissão. Segundo dados do Painel de Arboviroses do governo do Estado atualizados nesta segunda-feira (10), outras 14 mortes suspeitas - cinco em Ibitinga, três em Lins, duas em Bauru, uma Areiópolis, uma em Garça, uma em Jaú e uma em Piratininga - são investigadas.
Até o momento, os municípios que registram maior número de moradores infectados pela doença neste ano são Bauru (1.891 casos), Ibitinga (1.478), Promissão (912), Lins (908) e Guaiçara (656).
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, a campanha de imunização contra a dengue foi iniciada em fevereiro de 2024 em 392 municípios paulistas e, até 19 de fevereiro de 2025, tinham sido administradas 670.936 primeiras doses e 268.665 segundas doses, correspondendo à cobertura de apenas 27,91% e 11,18% do público-alvo, respectivamente. Até sexta-feira, foram confirmados 198 mil casos de dengue e 178 óbitos no território paulista em 2025, entre eles duas vítimas fatais na faixa de 10 a 14 anos em Nova Aliança e São Paulo.
Se aprovada, vacina em dose única será entregue ainda em 2025
O Instituto Butantan submeteu à Anvisa, em dezembro de 2024, o último pacote de documentos para aprovação de sua vacina contra a dengue. O imunizante é tetravalente, desenvolvido para proteger contra os quatro sorotipos do vírus, e, se aprovado, será o primeiro do mundo em dose única.
A produção já foi iniciada e, em caso de aprovação, a expectativa é entregar 1 milhão de doses ainda em 2025, com um total de 100 milhões previstas até 2027.
A candidata à vacina teve seus dados de segurança e eficácia divulgados no New England Journal of Medicine, que mostraram 79,6% de eficácia geral para prevenir casos de dengue sintomática aos dois anos de acompanhamento. Resultados da fase 3 do ensaio clínico publicados na The Lancet Infectious Diseases mostraram, ainda, uma proteção de 89% contra dengue grave e dengue com sinais de alarme, além de eficácia e segurança prolongadas por até cinco anos.