Descontração do beach tennis atrai novos jogadores em Jundiaí


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Há muitos esportes que são populares tanto para assistir e torcer, como futebol e basquete, quanto para praticar, como vôlei e tênis. Alguns deles são adaptados para ter mais inclusão e participação de pessoas comuns. Bons exemplos são o futebol de areia e o vôlei de praia, que se popularizaram.

Os esportes de areia estão conquistando o público, como é o caso do beach tennis, que surgiu há mais de 30 anos nas praias da Itália. O que era para ser apenas uma prática entre os banhistas se tornou um esporte profissional a partir de 1996, tanto é que existe uma federação da modalidade, a International Federation Beach Tennis (ITF).

No Brasil, há vários jogadores do esporte de areia. E um deles mora em Jundiaí, Antônio Tremura. Com 19 anos, ele já é professor de beach tennis e, atualmente, é o número 123 do ranking da ITF. Natural de Porto Seguro, Bahia, ele conheceu a modalidade jogando na praia com os pais. "Eles montavam a rede e, como eu ficava em casa sem fazer nada à noite, eu fui junto com eles e me apaixonei à primeira vista. Comecei e não parei mais."

Aos 12 anos, Tremura começou a jogar na categoria amadora e viu que poderia investir na carreira de atleta quando veio a ganhar vários títulos. "Em 2015, participei de uma seletiva com meu parceiro para jogar o Mundial da Rússia sub-14, representando o Brasil. Passamos em primeiro, nos classificamos para o torneio e ficamos em 2° lugar e, com isso, vimos que tínhamos potencial", disse o tenista.

Para Antônio, o beach tennis se diferencia do tênis tradicional, pois além de ser jogado na areia, é "muito mais democrático, pois toca música na partida, a torcida participa mais e pessoas de todas as idades podem praticar, de crianças entre 8 a 10 anos, até idosos de 70 anos ou mais, não tem uma faixa etária específica".

DIFERENÇAS

Mesmo sendo disputado da mesma forma, as regras de beach tennis mudam um pouco em relação ao tênis jogado em quadra. A árbitra Mariana do Val, de 41 anos, conta que, apesar de ambos serem semelhantes na forma de pontuação (15, 30 e 40), a jogabilidade é diferente. "Na parte de saque, tem primeiro e segundo serviço em quadra, na areia não, é saque direto".

Ela destaca também que a categoria amadora disputa apenas um set, enquanto os profissionais de ambos disputam dois sets e um super ou até mesmo três, dependendo do torneio. Mariana também disse que "a bola também é diferente, pois a do beach tennis é 'voleio', não pode pingar antes de sacar, ela tem um velocidade maior. A quadra é menor também e a rede é mais alta, como no vôlei".

A árbitra, que está há quatro anos atuando na modalidade, disse que quem vem do vôlei de praia tem mais vantagem para jogar, por saber as técnicas. "A pessoa já vem com os saltos, a arrancada na areia e o reflexo, por justamente ser um esporte mais rápido. Outra coisa que diferencia é que, na quadra, a pessoa pode se adaptar, tem um tempo para se preparar melhor, no beach tennis não, é tudo muito rápido, por isso quem joga vôlei tem mais facilidade", explicou Mariana.

Em sua carreira na arbitragem, ela afirma que já jogava beach tennis antes, "por isso me senti confortável, consigo ter uma vivência maior da modalidade". Apesar de gostar do tênis de quadra, não tem o mesmo conforto como da areia. "Eu posso legalmente arbitrar, mas prefiro ficar com a outra quadra", concluiu.

O BEACH

Em Jundiaí, a modalidade tem sido ensinada para os interessados na "novidade". Quem está à frente do projeto é o empresário Silvio Arcanjo.

Silvio é proprietário da Arena Beach Tennis Jundiaí e promove o conhecimento do esporte. Ele tem uma relação de anos com o tênis de quadra, praticou mais de 20 anos, mas conheceu o beach tennis em Santos. "Tudo começou na praia de Santos, eu vi a turma jogando lá e achei interessante. Ele é bem parecido com squash e frescobol."

Outro atrativo para Silvio foi a possibilidade de jogar de forma descontraída e divertida, sem necessidade de equipamentos. "Esse negócio de você jogar descalço na areia ouvindo música é muito gostoso. É um esporte que está crescendo no Brasil, principalmente no interior", disse o empresário.

É comum acontecerem torneios com o objetivo de integrar os alunos com profissionais das quadras. Silvio afirma que é uma competição no estilo "todos contra todos, ou seja, não importa se a pessoa é mais fraca, mais forte, todas vão jogar igualmente. É mais uma confraternização entre todo mundo", afirma.

 

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