Um homem de 26 anos foi preso neste sábado (19) no bairro Fazenda Grande, em Jundiaí, por guardas municipais, suspeito de torturar a filha de apenas 7 meses e ameaçar a esposa, de 24 anos. A prisão ocorreu após denúncia da mãe das crianças, que relatou que o marido é dependente químico e se torna agressivo sempre que está em abstinência. Segundo ela, foi durante uma crise de abstinência que o homem realizou dois atos perigosos contra a filha.
De acordo com a vítima, o suspeito amarrou uma fralda e uma chupeta na boca da criança, que nasceu com sequelas que afetam seu desenvolvimento motor e intelectual. Esses procedimentos foram descritos pela mãe como formas de imobilização e risco imediato de asfixia, além de causarem sofrimento físico à bebê.
Os guardas municipais, ao chegarem ao local, foram informados pela mãe sobre o comportamento alterado do marido, especialmente em relação à filha de 7 meses, que precisa de cuidados especiais devido às sequelas. Ela relatou que o marido, em períodos de abstinência, torna-se mais agressivo e ameaça tanto ela quanto as crianças. A mãe também explicou que, diante da gravidade da situação, havia instalado um sistema de câmeras de segurança para registrar os abusos.
Após ser confrontado, o homem ficou em silêncio e respondeu de forma evasiva às perguntas dos guardas. Em razão disso, ele foi preso em flagrante por maus-tratos e conduzido à delegacia. A autoridade policial, ao analisar os fatos, entendeu que o caso se enquadrava na Lei de Tortura e manteve a prisão do suspeito.
Durante o depoimento, a mãe das crianças revelou ainda que, há três meses, o marido havia praticado atos semelhantes de violência contra as crianças, o que levou a vítima a buscar apoio da sogra. No entanto, o comportamento abusivo não cessou, e, na data do ocorrido, ele se intensificou.
Além disso, a mãe informou que, na semana anterior, a filha foi levada a um hospital com quadro cianótico, incompatível com diagnóstico de laringite, o que reforçou a suspeita de maus-tratos. O homem, por sua vez, alegou que suas ações não tinham a intenção de imobilizar ou machucar a criança, mas apenas de manter a chupeta na boca da bebê, uma vez que ela não conseguia colocá-la sozinha quando caía.
Diante das evidências e do relato da vítima, a prisão foi mantida, e o suspeito foi encaminhado para o Centro de Triagem de Campo Limpo Paulista.
A esposa, por sua vez, solicitou à Justiça uma medida protetiva de urgência, temendo pela sua segurança e pela das filhas, devido às ameaças que o marido fez, caso ela decidisse retornar à sua cidade natal para buscar apoio.