OPINIÃO

Até onde sua IA vai? Da Página 3 à Página 10


| Tempo de leitura: 3 min

Todo mundo acha que agora está jogando o mesmo jogo.
Acredita que, com acesso ao ChatGPT, às automações e aos prompts prontos de Instagram, finalmente o jogo foi nivelado.
Mas deixa eu te contar uma verdade dura: o jogo não foi nivelado. Ele foi desigualado.

Na Era da Inteligência Artificial, o que vai separar os visionários dos repetidores não é a tecnologia.
É a profundidade do pensamento.
É a forma como você se pergunta antes de perguntar.
Porque hoje, mais do que nunca, a IA entrega até a Página 3.
Bonito, rápido, eficiente.
Mas genérico.

A diferença real está entre quem para na Página 3 e quem segue até a Página 10.
Quem copia e cola o prompt da moda e quem transforma a IA em um espelho de seu cérebro não-automatizável.
Porque o que a IA responde ainda é limitado.
Agora… como você pergunta?
Isso muda tudo.

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Outro dia, numa das minhas mentorias, uma mulher me disse orgulhosa:
— Murilo, olha só as respostas que eu estou conseguindo extrair do ChatGPT.
Ela tinha uma planilha.
Tinha um cronograma.
Tinha textos bonitinhos.
Mas era tudo morno.
Tudo igual ao que qualquer um com dois neurônios e uma conta Plus poderia fazer.

E foi aí que eu mostrei pra ela que o problema não era o ChatGPT. Era o jeito que ela pensava.
— Você está perguntando como todo mundo.
— Você não está usando a IA como uma extensão do seu cérebro.
— Você está usando como atalho. E atalho nunca gera autoridade.

Naquele momento, ela travou.
Fez silêncio.
E depois falou:
— Caraca… eu tava usando como ferramenta. E não como modo de pensar.

Ali nasceu uma eureka.
E foi aí que eu entendi: o diferencial, na era da IA, não é saber usar. É saber pensar antes de usar.

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A verdade é que a maioria dos empresários hoje será substituída por inteligência artificial — mas não por causa da IA.
E sim porque pensam como commodities.
Pensam como “qualquer um”.
Acham que um prompt bom resolve tudo.
Mas um prompt bom, sem identidade, é só uma máscara bonita num rosto genérico.

Diferenciação virou proteção.
Diferenciação virou escudo anti-substituição.
Quem tem diferenciação vai usar a IA pra ampliar o próprio DNA, não pra esconder a falta dele.

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Se você é um desigual — alguém que tem clareza sobre o que acredita, sobre o que rejeita, sobre o que quer construir — então a IA não rouba seu lugar.
Ela escancara ele.
Ela amplifica sua voz, acelera sua entrega, refina sua presença.
Mas só se houver presença.
Só se houver visão.

Por isso eu falo que a IA não é ferramenta. É modo de pensar.
Ela exige que você se autoanalise como faz com ela.
Que você questione seus próprios vieses, assim como espera que ela tire os dela.
Ela não é só técnica. Ela é filosofia.
Ela é um convite à expansão da sua mente.
E se a sua mente for fraca, rasa, confusa…
A IA só vai fazer isso em escala.

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Então não adianta ter acesso à tecnologia se você não tem clareza de quem é.
Não adianta ter acesso à IA se você não tem ponto de vista.
Porque ponto de vista é a alma do prompt.
Sem isso, você está terceirizando sua identidade pra uma resposta genérica de tela.

E aí te pergunto:
Você vai até onde com a IA?
Até a Página 3?
Ou vai continuar, linha após linha, até construir algo que ninguém consegue copiar?

Na Era dos Desiguais, quem tem pensamento autêntico transforma a IA em uma extensão brutal do seu impacto.
Mas quem pensa como igual…
Vai ser substituído por qualquer linha de código.

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