
Paulista e Nacional entram em campo nesta quarta-feira (26) pela 10ª rodada da Série A4 do Campeonato Estadual, no estádio Nicolau Alayon, na capital paulista. O confronto, agendado para às 15h, entre o líder e o 6º colocado no torneio, tem muita história dentro e fora de campo. Confira o histórico do duelo quase centenário, com dados do pesquisador e escritor jundiaiense Ivan Gottardo.
Dentro das quatro linhas, o jogo entre os "filhos da ferrovia" pode ser chamado de clássico: Paulista e Nacional já se enfrentaram 78 vezes na história, com 26 vitórias do Galo, 25 empates e 27 vitórias do adversário. São 93 gols marcados e 95 sofridos pelo tricolor jundiaiense no encontro.
O primeiro confronto ocorreu há 93 anos, em 12 de novembro de 1933. Realizada em forma de amistoso no Estádio da Vila Leme (hoje Centro de Jundiaí), a partida terminou em 2 a 1 para o Nacional (que, na época ainda era o São Paulo Railway). Já a última partida aconteceu em 2020, com empate em 1 a 1, pela primeira rodada da Série A3, no Jayme Cintra.
Foram tantas vezes, que o Nacional é o sexto adversário que o Paulista mais enfrentou na história. Veja os números:
- 107: Ponte Preta
- 95: São Bento
- 94: Portuguesa Santista
- 93: Bragantino
- 89: XV de Piracicaba
- 78: Nacional
- 78: Guarani
- 69: Comercial (Ribeirão Preto)
- 66: Ituano
- 62: Marília
E o Estádio Nicolau Alayon, palco da partida de amanhã, também é o 6º estádio que o Galo mais atuou na história. Veja a lista dos 10 maiores:
- 1241: Estádio Dr. Jayme Cintra
- 530: Estádio da Vila Leme (Avenida Luiz Rosa)
- 51: Estádio Ulrico Mursa, em Santos
- 45: Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas
- 45: Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista
- 41: Estádio Nicolau Alayon, em São Paulo
- 40: Rua Oswaldo Cruz (Clube São João, em Jundiaí)
- 38: Rua Lacerda Franco (Clube Nacional, em Jundiaí)
- 36: Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas
- 35: Estádio Humberto Reale, em Sorocaba.
ORIGENS FERROVIÁRIAS
Paulista (1909) e Nacional (1919) foram fundados por pessoas ligadas à estrada de Ferro. Enquanto o Galo nasceu dos trabalhadores da Companhia Paulista, que teve escritórios em São Paulo e Campinas antes de fincar sua história em Jundiaí, o Nacional foi criado a partir da SP Railway, ainda em Santos, e se mudou para São Paulo na segunda década do século XX.
Concessão Pública, a SP Railway foi a primeira ferrovia do Brasil, e interligava o porto de Santos a Jundiaí quando o país ainda era um império. Então, nos anos 1860, a Companhia Paulista foi fundada para fazer o escoamento da produção agrícola de café de todo o interior do estado até Jundiaí, para então seguir até o porto de Santos via SP Railway. Essa ferrovia, histórica para o desenvolvimento do Brasil, era chamada de Santos-Jundiaí.
Atualmente, parte desse trecho é utilizado por passageiros da Linha 7 Rubi da CPTM, que vai da Estação Jundiaí até a Estação da Luz, em São Paulo, passando pela Estação Água Branca. Há um projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo que prevê a alteração do nome da linha da CPTM de Estação Jundiaí para Estação Paulista/Jundiaí, enquanto o Nacional também quer a mudança para Estação Nacional/Água Branca em forma de homenagem à ferrovia.