Por décadas, as telas têm sido a principal ponte entre humanos e tecnologia. De monitores a smartphones, passamos boa parte do dia tocando, deslizando e digitando em superfícies luminosas. Mas esse paradigma está mudando. Com o avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA) e dispositivos de realidade virtual (VR), estamos nos aproximando de uma revolução: o fim das telas como as conhecemos. A interação com sistemas e dispositivos está se tornando mais natural, conversacional e imersiva, transformando a forma como vivemos e trabalhamos.
Imagine um mundo onde, em vez de olhar para uma tela para consultar informações ou realizar tarefas, você simplesmente conversa com sistemas inteligentes. A IA está evoluindo para entender comandos de voz de forma mais sofisticada, interpretando contexto, nuances e intenções. Com assistentes virtuais cada vez mais avançados, estamos nos distanciando de cliques e toques, e nos movendo para um modelo de interação mais fluido e humano.
Essa transformação não é apenas sobre praticidade, mas também sobre acessibilidade. Pense na simplicidade de pedir algo como: “Quais são meus compromissos para hoje?” ou “Organize uma reunião com a equipe amanhã”, e obter respostas e ações instantâneas sem precisar tocar no celular ou acessar um aplicativo. Isso já é possível com tecnologias atuais, mas, com os avanços da IA, essas interações se tornarão ainda mais intuitivas, contextuais e proativas. O sistema não apenas responderá às suas perguntas, mas antecipará necessidades e oferecerá soluções antes que você as perceba.
Além disso, a união da IA com dispositivos de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) está acelerando essa mudança. Imagine ambientes virtuais onde você interage com informações e ferramentas sem a necessidade de uma tela física. Em vez de acessar um painel de controle tradicional, você poderá visualizar dados flutuando ao seu redor, manipular objetos virtuais com gestos ou simplesmente conversar com um assistente digital que aparece ao seu lado no espaço virtual. Esse tipo de interação não só elimina a dependência das telas, mas também cria experiências mais imersivas e conectadas.
A realidade aumentada, por sua vez, pode trazer essa transformação para o mundo físico. Com óculos inteligentes ou outros dispositivos vestíveis, poderemos acessar informações no nosso campo de visão, integrar sistemas à nossa rotina de forma invisível e interagir com ambientes inteligentes. Tudo isso sem precisar carregar ou olhar para uma tela tradicional. A IA será o motor por trás dessa integração, conectando dispositivos e sistemas para criar uma experiência unificada e natural.
Essa mudança traz implicações profundas para o futuro do trabalho, do consumo e do lazer. No escritório, a produtividade será impulsionada por sistemas que respondem a comandos verbais e antecipam necessidades. No comércio, a experiência de compra será transformada por vitrines virtuais e assistentes que guiam os consumidores sem a necessidade de smartphones ou computadores. E no entretenimento, a fusão de IA e VR criará experiências tão imersivas que as telas planas de hoje parecerão relíquias de outra era.
Estamos caminhando para um futuro onde a tecnologia se dissolve no ambiente, tornando-se uma extensão invisível e natural de nossas ações e pensamentos. O fim das telas não é apenas o abandono de uma interface física; é a chegada de uma nova forma de interação, onde a tecnologia se adapta a nós, e não o contrário. Para quem está disposto a abraçar essa revolução, o futuro será mais intuitivo, acessível e humano.
Elton Monteiro, empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA.