O mel de abelhas africanizadas (Apis mellifera L.) que é produzido a partir da florada do açaizeiro (como é chamado o pé de açaí) demonstrou propriedades anti-inflamatórias, anticancerígenas e cardioprotetoras. As evidências foram publicadas recentemente na revista científica "Molecules".

O estudo foi realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em conjunto com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Os pesquisadores realizaram uma comparação entre diferentes tipos de mel monofloral, ou seja, aqueles que apresentam a presença de pólen de uma única espécie de abelha superior a 45% em uma amostra.

No trabalho, foram analisados o mel de açaí dos municípios de Breu Branco e de Santa Maria do Pará, ambos no estado paraense, em comparação a tipos diferentes de mel monofloral: de aroeira, de Minas Gerais; mel de cipó-uva, do Distrito Federal; mel de timbó, do Rio Grande do Sul; e mel do mangue, também do Pará.

O estudo científico mostrou que a capacidade antioxidante do mel de açaí superou em quatro vezes a do mel de aroeira, que é um dos mais valorizados em todo o país.

"Isso sugere que os méis compostos predominantemente da florada do açaizeiro têm uma capacidade antioxidante mais forte, provavelmente devido a maiores concentrações de polifenóis e outros compostos bioativos", afirmam os autores da pesquisa sobre o mel produzido a partir do pé de açaí.

Nem tão doce e com notas de café

Um dos autores do estudo científico, o professor Nilton Muto, da Universidade Federal do Pará (UFPA), explica que os polifenóis influenciam nos processos metabólicos e em funções biológicas do organismo. “Eles são uma classe de compostos bioativos e atuam como antioxidantes, neutralizando os radicais livres, e podem ter propriedades anti-inflamatórias, anticancerígenas e cardioprotetoras”, esclarece Nilton Muto, em um comunicado.

Sabor que se destaca