A vendedora e a gerente, ambas de 18 anos de idade, presas em flagrante por furto em uma grande loja de produtos diversos, em um shopping de Jundiaí, na noite de quinta-feira (22), foram soltas durante audiência de custódia, mediante concessão de liberdade provisória. As duas trabalham em lojas dentro do shopping e, segundo seus próprios depoimentos, elas participavam de uma espécie de 'gincana' que visava enaltecer quem conseguiria furtar mais produtos neste estabelecimento em questão (de produtos diversos), sem ser preso. Na ocasião, uma adolescente de 17 anos, que é estudante e trabalha em uma loja como aprendiz, também foi detida participando da gincana - ela também confessou.
De acordo com o juiz, todo o processo da prisão em flagrante - abordagem dos seguranças, prisão e condução dos policiais militares e determinação da prisão em flagrante, feita pelo delegado Rodrigo Carvalhaes -, foi feito de forma legal.
Porém, em sua decisão, ele entendeu que a prisão preventiva não se encaixava nesta situação. "O delito foi cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa, não havendo sustentação para determinação da prisão preventiva. As averiguadas são tecnicamente primárias. Posto isso, presentes os requisitos legais, defiro a liberdade provisória".
No entanto, a liberdade provisória foi concedida acompanhada de algumas regras que, se infingidas, resultarão em expedição de mandado de prisão. "A liberdade é mediante termo de compromisso de comparecimento a todos os atos do processo, bem como de comparecimento bimestral em Juízo para comprovar e justificar suas atividades, sob pena de revogação do benefício".
RELEMBRE O CASO
Duas mulheres de 18 anos, vendedora e gerente de loja em um shopping de Jundiaí, foram presas por furto, na noite desta quinta-feira (22), após participarem de uma suposta 'gincana' que enaltece, segundo elas, quem consegue cometer furto em uma famosa loja de produtos diversos, no mesmo shopping, sem ser preso. Além delas, uma estudante de 17 anos, que trabalha como aprendiz em uma loja, também foi detida. Conduzidas por policiais militares ao Plantão Policial, as duas maiores foram presas em flagrante pelo delegado Rodrigo Carvalhaes. Já a adolescente, foi autuada por ato infracional de furto, prestou depoimento, e foi liberada para a mãe.
Mancomunadas, segundo elas mesmas, as três amigas ingressaram na referida loja, selecionaram diversos produtos, mas, ao passarem no autoatendimento, pagaram apenas por alguns produtos de menor valor, subtraindo, assim, outros que somados totalizam mais de R$ 400.
Toda a ação criminosa foi flagrada pela gerente da loja. "Eu presenciei via monitoramento, três garotas juntas, em atitudes estranhas no autoatendimento para pagamento. Assim que elas deixaram o caixa, verifiquei que pagaram apenas a quantia de R$ 18,97, que evidentemente não conduzia com a grande quantidade de mercadorias que colocaram nas sacolas. Por isso, foram abordadas e ao verificar a nota fiscal que estava as mercadorias, ficou claro elas não pagaram muitos produtos, ou seja, apropriaram-se mas não pagaram. Assim foi acionada a Policia Militar".
Questionadas, as autoras confirmaram a subtração, esclarecendo que estavam participando de uma espécie de 'gincana', promovida por funcionários de lojas, em que o objetivo é verificar quem consegue furtar mais produtos desta determinada loja, sem ser surpreendido pela polícia. Em seu depoimento, a adolescente detalhou. "Eu trabalho em uma loja, no período
das 16h às 22h. Hoje combinei com minhas duas amigas de irmos a esta loja em questão, comprar besteiras para comer. Pegamos cestinhas e fomos colocando produtos, mas ao passar pelo caixa do autoatendimento, eu e as outras meninas não passamos diversos produtos, escondendo os códigos de barra para não serem lidos pelo QRcode. Também não colocamos na sacola, para não dar o peso, pois a gente sabe que há um monitoramento de produtos pagos pelo peso deles na balança. Pagamos por poucos produtos e saímos, quando fomos interceptados por um funcionário. Está ocorrendo uma espécie de 'competição' entre funcionários que trabalham no shopping, ou seja, para ver quem furta mais produtos".
As três foram levadas pelos PMs ao Plantão, onde Carvalhaes determinou a prisão em flagrante das duas maiores - que também confessaram o crime e contaram sobre a referida gincana. A
prisão em flagrante encontra de acordo com o artigo 302 do Código Processual Penal. Isso porque as indiciadas foram surpreendidas logo após subtraírem, para si, mediante concurso de agentes, e corrupção da adolescente, diversos produtos pertencentes à loja. Os fatos estão suficientemente esclarecidos pelo depoimento dos policiais militares, interrogatório das autoras, e imagens de segurança apresentadas pela gerente da empresa vítima".
