Neste período de inverno é bastante comum o aumento da incidência de doenças respiratórias. A maior parte desses processos é iniciado por infecções simples e autolimitadas, ou seja, causa algum incômodo e desconforto por um período de alguns dias mas invariavelmente irão melhorar.
A preocupação nesses processos está nas suas complicações “oportunistas” que podem se seguir às infecções simples, como doenças bacterianas e fúngicas, criando quadros de pneumonias, sinusites, bronquites ou até mesmo uma mistura destes todos.
Normalmente explicamos essa progressão em gravidade, mais frequente nos extremos de idade (entre os mais jovens ou entre os mais idosos) com um termo que já se tornou muito popular: “baixa de imunidade”. O que seria isso exatamente? Como podemos atuar ativamente para melhorá-la?
O sistema de defesa do nosso organismo, também chamado de sistema imunitário, é bem complexo e tem vários aspectos, por ser baseado em substâncias e populações de células que, em conjunto, conseguem adaptar-se e evoluir para ficar mais eficaz. É como um aplicativo de Inteligência Artificial que temos “instalado” em nosso corpo, encarregado de organizar nossas defesas, torná-las mais sólidas e rápidas à medida que reagimos porque o sistema aprende enquanto é utilizado.
Aliás, agilidade e prontidão são fundamentais para um sistema imunitário eficaz. As vacinas funcionam segundo esta lógica: através delas fornecemos para nosso sistema um “material” com todos os segredos dos vírus e bactérias que são mais frequentes e “perigosos”. Com esse conjunto de estratégias codificadas na bioquímica da vacina, o nosso corpo se prepara antes do contato inicial e, quando ele efetivamente ocorre, a sua resposta é… arrasadora. O vetor da doença ou não consegue se desenvolver ou o faz em um processo leve e inofensivo.
Agora, nem só de estratégia se sustenta o sistema imunitário. Ele depende de boas fontes de material para construir as defesas, daí a importância de uma dieta saudável, prática consistente de exercícios (dos mais variados) bem como tempo de descanso que permita construir boas linhas de defesa.
Ainda comparando com uma Inteligência Artificial, caso as fontes de pesquisa que ela tem acesso sejam boas, amplas e fidedignas, suas respostas geradas também serão as mais úteis, rápidas e eficazes.
Imagine só o que aconteceria se um estudante do ensino médio solicitasse um texto sobre o descobrimento do Brasil para uma inteligência que só tem a sua disposição fontes e estudos sobre a história chinesa? Ela teria que improvisar com o material que possui.
Da mesma forma, nosso corpo constrói as estratégias de defesa com o material que possui. Ele segue as instruções das nossas vacinas e medicações com os nutrientes e vitaminas que lhe fornecemos; pensa conforme as informações que consumimos nas mídias; funciona tão bem quanto as capacidades físicas treinadas nos nossos exercícios diários. Ou quase isso.
O resultado… bem, no caso do nosso hipotético e incauto estudante, acredito que ele não deva entregar o texto gerado para avaliação do professor. Para a nossa saúde, no entanto, acredito que temos diariamente a oportunidade de fazer escolhas melhores e mais inteligentes.
Alexandre Martin é médico especialista em acupuntura e com formação em medicina chinesa e osteopatia (xan.martin@gmail.com)
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