O que me levou a escolher a acupuntura como minha profissão foi, antes de tudo, o encanto que eu senti quando conheci essa técnica, ainda adolescente, na posição de paciente. Fiquei perplexo em ver como o ato de colocar agulhas, sem nenhum tipo de remédio dentro delas, poderia produzir efeitos tão rápidos e drásticos no corpo e na mente de uma pessoa.
Depois que me formei médico e já estudando os efeitos que essa prática causa no corpo físico, consegui explicar parte dos efeitos quase mágicos que senti naquela época e que auxiliam milhares de pessoas ao redor do mundo, todos os dias, através das mãos de seus praticantes.
Contudo, era somente parte da explicação.
Tive acesso a algo muito maior: a existência de uma realidade invisível ocorrendo em conjunto com a nossa realidade comum. O modelo da Acupuntura explica a interação de diferentes corpos, mais sutis, que irradiam e trocam energias entre si e com o meio circundante, tendo alto grau de influência na funcionalidade do nosso mundo visível.
Acordei então para o intangível que influenciava (e muito) a realidade comum e facilmente perceptível com nossos cinco sentidos ordinários. Assim, o ato de colocar agulhas assumia outras “camadas” de função, manipulando e equilibrando as estruturas sutis do indivíduo.
“Incrível!” - pensei eu - “como ninguém nunca percebeu isso?”. Ledo engano. O fato é que essa manipulação do campo astral ocorre, com diferentes métodos e objetivos, desde o início da sociedade humana, em praticamente todas as culturas.
Vou dar um exemplo que vem de onde menos se espera, das nossas simpatias de Santo Antônio, facilmente observáveis pois nessa semana comemoramos o dia desse nosso querido “casamenteiro”. Vários são os rituais onde fisicamente acendem-se velas, viram-se imagens consagradas de ponta cabeça ou mesmo as submergem. São conhecidas como “simpatias” pelo tom caseiro e quase familiar que possuem, mas tem a finalidade de conduzir a energia e intenção de quem as faz em forma de “promessa”.
Parece até que se está negociando com um santo, mas na realidade, está se acessando um “banco” energético no plano astral, que, em troca do esforço do operador da simpatia, vai fornecer um tanto de energia orientada para um fim: Tornar os centros energéticos relacionados ao amor romântico, erotismo e parceria cheios de energia e resplandecentes.
Esses centros revitalizados e suplementados têm maior possibilidade de atrair os olhares e intenções dos possíveis amores, que perceberão esse poder de sedução aumentado através da sensibilidade nas suas próprias estruturas energéticas. Trata-se de um processo de ressonância de frequências onde a simpatia atua como um “amplificador” para aumentar o alcance (e as possibilidades) do operador.
Depois do processo feito, compromete-se repor o banco com o mesmo tanto de energia que utilizou e um pouco mais, para que outros possam fazer uso quando precisarem. A isso chamamos “pagar” a promessa.
Tal como os machos entre as aves trocam de plumagem e, com penas coloridas e viçosas atraem fêmeas, seres humanos tornam seus corpos sutis mais atraentes e com maior potencial romântico através dessas práticas de manipulação energética “caseiras” chamadas de simpatias.
Alexandre Martin é médico especialista em acupuntura e com formação em medicina chinesa e osteopatia (xan.martin@gmail.com)