SAÚDE MENTAL

Internações de mulheres jovens em instituições de tratamento de saúde mental aumentam

O número chegou a 55%, em contraste com os 45% referentes ao sexo masculino.

30/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nos últimos seis anos, diferentes faixas etárias têm enfrentado desafios de saúde mental.
Nos últimos seis anos, diferentes faixas etárias têm enfrentado desafios de saúde mental.

Conforme dados pesquisados pela institução Francisca Júlia CVV (Centro de Valorização da Vida houve alta na taxa de admissão de pacientes jovens do gênero feminino, com idades entre 22 e 40 anos de idade, em instituções de tratamento de saúde mental durante 2023. O número chegou a 55%, em contraste com os 45% referentes ao sexo masculino.

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Esse resultado representa um aumento de 8% em relação aos dados de 2017, quando a proporção de internações femininas era de 47%. Nos anos anteriores, a proporção de internações de mulheres se mantinha inferior, atingindo seu ponto mais baixo em 2018, com 39% das internações delas, em comparação com 61% de homens.

Diferentes idades
Segundo a Francisca Júlia CVV, nos últimos seis anos, diferentes faixas etárias têm enfrentado desafios de saúde mental.

Observa-se, por exemplo, aumento nas internações de mulheres com idades entre 22 e 30 anos e de 31 a 40 anos a partir de 2021, que naquele ano somavam 23% das internações no gênero feminino, e terminam alcançando, juntas, 27% em 2023.

Já as faixas etárias de 41 a 50 anos e mais de 50 anos mantiveram uma presença estável nas taxas de internação a partir de 2021, com uma média de 6% e 4%, respectivamente, considerando os dados de 2021, 2022 e 2023.

Mulheres buscam apoio
De acordo com a enfermeira e gerente assistencial da instituição, Tânia Guerra, as mulheres buscam mais apoio do que os homens, e recorrem ao internamento por uma variedade de motivos que vão desde pensamentos suicidas até depressão pós-parto.

Nesse sentido, as instituições focadas no tratamento de saúde mental devem oferecer equipes multidisciplinares, independentemente do gênero dos pacientes, para acompanhar essas situações de perto.

O acolhimento envolve profissionais como assistentes sociais, educadores físicos, médicos e psicólogos, que devem conhecer a especificidade de cada caso e, assim, melhorar a adesão das pacientes ao tratamento individualmente. 

"Quando falamos em saúde mental, o tratamento medicamentoso, embora essencial para estabilizar a pessoa em crise, não é suficiente por si só. Ele funciona como um suporte inicial, mas é o apoio contínuo da equipe que faz a diferença. No caso das mulheres, que precisarão retomar suas vidas após o tratamento, é necessário que as equipes se dediquem a prepará-las para esse momento", explicou Tânia.

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