PRODUTOS

Parte da construção de Jundiaí, feiras ainda são rotina para muita gente

Quem não abre mão da negociação, da variedade e do frescor dos alimentos é frequentador das mais de 30 feiras e varejões da cidade

Por Nathália Sousa | 30/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Jornal de Jundiaí

Quem não abre mão da negociação, da variedade e do frescor dos alimentos é frequentador das mais de 30 feiras e varejões da cidade
Quem não abre mão da negociação, da variedade e do frescor dos alimentos é frequentador das mais de 30 feiras e varejões da cidade

Nascida com o abastecimento a bandeiras, a Freguesia de Nossa Senhora do Desterro, que depois virou a cidade de Jundiaí, tem a feira e o comércio de rua em sua essência e história. Hoje, a cidade tem 16 feiras livres, 14 varejões diurnos, quatro varejões noturnos e uma feira de orgânicos.

Uma das feiras mais tradicionais, que acontece nas manhãs de terça-feira, é a da rua Leonardo Cavalcanti, no Centro. Frequentador, Waldir Barbi gosta da qualidade dos produtos. "Sou assíduo em feira desde criança, quando ia com a minha mãe, acho até gostoso fazer feira. Na feira, você vê mais variedade e qualidade do que supermercado. Acho que feira não acaba, tem até o pastel de feira, que é muito bom, então acho que continuará", diz ele sobre a continuidade do modelo de comércio na rua.

Já Creusa Franco, que estava negociando desconto em frutas, acha que as feiras acabarão em algum tempo. "Aqui é complicado, preferia fazer feira em São Paulo. Aqui, a fruta pode estar podre que não fazem preço melhor. A feira é boa, mas às vezes evito, acabo sendo obrigada a comprar em mercado. Gosto de comprar verdura, tomate, é melhor que no mercado, tem mais qualidade. Mas vejo que a tendência é acabar feira, porque você já percebe aqui (aponta ela para a feira com poucas pessoas). Também acho que tem que ter preço melhor, não sei se na fonte eles conseguem preço melhor. Também acho que os clientes precisam ser melhor tratados", reclama.

Fábio Borges se lembra das feiras que frequentava na infância e como elas mudaram. "Eu compro esporadicamente em feira, passei por aqui e estou comprando. Costumo comprar em mercado, mas na feira tem mais variedade, tem barganha de preço e qualidade da mercadoria. Desde a minha infância, as feiras mudaram bastante. Antigamente, as pessoas só faziam compra em feira, não é igual a hoje, que tem tudo em mercado, a feira bombava. Meu pai fazia compra para a semana na Vila Arens. As famílias iam de domingo à feira para comprar tudo para a semana", relata.

Denir Oliveira da Cruz percebe o aumento no número de feiras na cidade. "Eu gosto de comprar na feira, tem mais opção para escolher. As feiras não mudaram muito, só os preços que estão altos, mas na feira ainda tem como pegar bacia mais em conta. Feira nova, tem a do Parque da Uva, na fonte seca. Ponte São João sempre teve, na Vila Arens também", conta.

TRABALHO

Feirante há cerca de 20 anos, Neide Bezerra diz que os costumes mudaram, mas há um perfil para quem é fiel à feira. "Não tem mais gente que compra para a semana, que faz xepa. Um ou outro só que chega mais tarde, mas é raro. Antes, quando comecei, acho que vendia mais. Tem muito mercado hoje na cidade, é um em cima do outro. Quem frequenta feira é mais gente de idade, as pessoas mais novas procuram mais facilidade. Tenho cliente fiel ainda, toda feira tem."

Com pais também feirantes, Márcio Sato conta que não há uma idade para quem consome em feira, ele vê tanto pessoas mais jovens quanto de mais idade. "Hoje, o que atrai, é preço. É a tendêndia hoje, porque as pessoas estão com menos verba. Mas tem os que não ligam tanto para preço, ligam mais para qualidade. O varejão noturno tem mais gente que vai para comer, vão depois do trabalho, e aí aproveitam para levar alguma hortaliça para casa. Hoje xepa tem pouca procura, a não ser feira mais de bairro, que tem o pessoal que vai mais no final", explica.

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