PERDAS

Incêndio criminoso consumiu 3 hectares do Parque Estadual Jaraguá

Foco foi detectado por volta das 20h de sábado (27), no Pico do Papagaio. Laudo indica como causa provável a queda de um balão

Por Redação | 30/04/2024 | Tempo de leitura: 4 min

Reprodução/Mídia Guarani Mbya

Foco foi detectado por volta das 20h de sábado (27), no Pico do Papagaio. Laudo indica como causa provável a queda de um balão
Foco foi detectado por volta das 20h de sábado (27), no Pico do Papagaio. Laudo indica como causa provável a queda de um balão

A rápida e eficaz atuação das equipes de combate ao fogo impediu que o incêndio que atingiu o Pico do Papagaio, área localizada dentro do Parque Estadual Jaraguá, na noite do último sábado (27), consumisse mais do que os 3 hectares atingidos de área da Unidade de Conservação. A área é equivalente a pouco mais de quatro campos de futebol. De acordo com o Boletim de Ocorrência de Incêndio Florestal, o foco, considerado como criminoso, teve início por volta das 20 horas e aponta como causa provável a queda de um balão. Moradores da região relataram ter visto um balão passando pela área que acabaria atingida pelo fogo.

A equipe da Fundação Florestal (vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística), responsável pela Unidade de Conservação, foi prontamente acionada e mobilizada, em conjunto com duas equipes do 2º Grupamento de Bombeiros, brigadistas do Parque Municipal do Anhanguera (da prefeitura de SP) e a Brigada Indígena do Jaraguá, que atuaram rapidamente no combate, que se arrastou até às 4 horas da manhã. Cerca de 30 pessoas participaram da operação. Foram utilizados dois caminhões-pipa, motobombas, mochilas costais e, no local de mais difícil acesso, abafadores e vassouras de bruxa. O incêndio não atingiu a fauna do parque.

Incêndios por balão - A queda de balão, o uso irregular do fogo em atividades agropecuárias e o vandalismo estão entre os motivos que causam incêndios florestais em São Paulo, segundo dados do Painel Geoestatístico dos Incêndios Florestais em Unidades de Conservação e Áreas Protegidas publicado pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. Em 2023, por exemplo, mais de 90% das 158 ocorrências tiveram como causa ações humanas que poderiam ter sido evitadas. Em 2024, das sete (7) ocorrências registradas até agora, a maior parte também está relacionada ao uso irregular do fogo.

O descuido humano ou a negligência são fatores que aumentam a probabilidade de ocorrências de eventos de fogo sem controle, sendo os balões um dos maiores vilões nesse período. Para contabilizar os dados dos autos de infração, a secretaria utiliza também um sistema onde é possível acessar as informações estatísticas das aplicações de multas por uso de fogo e pela queima causada pela soltura de balões no Estado.

Segundo a plataforma, entre os meses de janeiro e abril de 2023 foram registrados 24 Autos de Infração Ambiental (AIA) por fogo ou uso irregular (queima de lixo, ou queima de vegetação sem autorização, por exemplo), e nove (9) Autos de Infração, por fabricação, venda, transporte ou ato de soltar balões. Já para o mesmo período deste ano, foram lavrados 57 AIA por uso irregular do fogo, e 13 gerados por atividades com balões.

Localizado na região noroeste da capital, o Parque Estadual Jaraguá possui 492 hectares e abriga um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica da Região Metropolitana de São Paulo. Antiga fazenda do ciclo do ouro, sua área foi adquirida em 1940 pelo Governo do Estado de São Paulo e transformada em parque estadual em 1961, com o objetivo de proteger os recursos naturais da região, incentivar a pesquisa e promover a educação ambiental.

Com montanhas que chegam a 1.135 metros de altitude, que podem ser visualizadas de várias partes da cidade, o parque tem como característica um atrativo natural único da cidade de São Paulo. Além disso, em suas trilhas, é possível observar espécimes nativos de flora e fauna, como macaco-prego, tucano-do-bico-verde, bicho-preguiça, palmito-juçara, guapuruvus, ipê-amarelo, pau-d’alho, dentre outros.

Sobre a Operação SP Sem Fogo - A operação SP Sem Fogo visa, dentre outras ações, diminuir os focos de incêndio no Estado, principalmente durante o período mais seco do ano, que vai de junho a outubro. A medida é uma parceria entre as Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), por meio da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade (CFB), Segurança Pública e Defesa Civil do Estado. Além disso, conta, também, com iniciativas e investimentos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Fundação Florestal (FF), e Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA).

Denúncias - A participação direta da população também é fundamental para impedir e mitigar a propagação descontrolada de incêndios em áreas verdes durante a estiagem. Não queimar lixo ou jogar bitucas de cigarro em vias públicas ou terrenos são exemplos de ações de conscientização. A soltura de balões é crime e prevê pena de um a três anos de detenção e pagamento de multas. As denúncias podem ser feitas via aplicativo Denúncia Ambiente disponível para? Android? e ?IOS, pelo site ou diretamente à Polícia Militar Ambiental pelo telefone 190. Para comunicar a ocorrência de incêndios, entre em contato com o Corpo de Bombeiros, via telefone 193.

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.