OPINIÃO

A energia dos vírus e bactérias

12/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

O início oficial do conhecimento e da pesquisa sobre seres microscópicos coincide com o invento do próprio microscópio, em 1673. A partir desta data o ser humano começou a ter consciência que, literalmente, existia um mundo invisível povoado de seres que habitam nossos corpos físicos bem como os espaços ao entorno, vivendo suas vidas e nos usando como "meio ambiente" para si.

Por conta dessas datas, fica evidente que os primeiros médicos chineses não tinham como saber o papel dessa flora microbiológica nas patologias e mesmo no sustento da vida (sim, pois somente uma minoria de vírus e bactérias são nocivos ao homem), no entanto, pacientes que eram infectados não ficavam sem tratamento específico para a sua condição

Os recursos que estes estudiosos tinham na época era a sua capacidade de observação e análise do corpo humano. Eles se detinham especialmente nos efeitos que determinada condição, por exemplo, uma doença febril, causava no corpo saudável.

O corpo esquentava muito ou pouco? Ele suava? Quando isso ocorria? O que acontecia com o calor do corpo quando essa sudorese ocorria? Com perguntas deste tipo, toda uma teoria começou a ser organizada e as reações do corpo à várias doenças, inclusive infecciosas por vírus ou bactérias, começaram a serem estudadas.

Com isso os médicos passaram a identificar quais seriam as medidas que o corpo "escolhia" para se proteger de algo que o invadia, que na época era somente denominada de uma forma de energia maléfica relacionada a uma natureza específica, como o "frio" ou o "calor". Ao ajudar o corpo fazer as ações de proteção, que melhoravam os pacientes com a condição, se estaria ajudando o corpo a combater a energia maléfica e depois a se restabelecer do desgaste que o combate ocasionou.

Com isso em mente, a medicina chinesa pode fazer uso dos seus recursos terapêuticos (a acupuntura e a fitoterapia) para tratar mesmo as doenças infecciosas, mesmo que os micróbios e vírus envolvidos não fossem do conhecimento dessa teoria, a princípio.

Vejamos a dengue, doença endêmica no Brasil, provocada por um vírus que se transmite pela picada de um mosquito, o conhecido Aedes aegypti. Dores articulares, sensação de corpo pesado e febre alta são sintomas na visão da medicina chinesa relacionados com um padrão de energia denominado "Umidade-Calor" pelas características da sua natureza. Hoje consideramos que o vírus induz esse campo energético para que possa se desenvolver e se expandir dentro do nosso campo.

Depois da infecção, o paciente normalmente sente cansaço e fraqueza, palidez na pele e perda de tônus muscular, o que significa que o padrão evoluiu para uma "deficiência do centro energético do baço-pâncreas", responsável pelo que hoje conhecemos como síndrome "pós infecção viral".

Nesta lógica, ao reforçamos o núcleo do baço e do pâncreas com acupuntura e fitoterapia, estimulando sua energia, restabeleceremos o que foi consumido para enfrentar o vírus, abreviando assim os sintomas de fadiga e encurtando o período de convalescença.

Alexandre Martin é médico especialista em acupuntura e com formação em medicina chinesa e osteopatia (xan.martin@gmail.com)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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