11 DE ABRIL

Dia do Infectologista: especialidade que socorre os temores da população

Sempre que há uma pandemia, epidemia ou até um surto de alguma doença infecciosa, como aconteceu com a covid e acontece com a dengue, infectologistas entram em ação

Por Nathália Sousa | 10/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Divulgação/HSV

O infectologista Marco Aurélio Cunha Freitas conta sobre a especialidade e a atuação dos profissionais
O infectologista Marco Aurélio Cunha Freitas conta sobre a especialidade e a atuação dos profissionais

Quinta-feira (11) é o dia do Infectologista. A especialidade médica ganhou holofotes durante a pandemia de covid-19, mas o trabalho de médicos infectologistas nunca para. Prova disso é a epidemia atual de dengue, que também demanda esforços dos profissionais. No meio do caminho, houve monkeypox, sarampo, gripe, febre amarela.

Há também o atendimento rotineiro a outras doenças infecciosas, que, mesmo não estando em surto, atingem sempre parcelas da população. Um exemplo é a gripe, doença infecciosa comum, que todos os anos costuma ter aumento de casos durante o inverno e para a qual a população já está habituada. Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são constantes também e, embora tenham números mais baixos do que há algumas décadas, mantêm transmissões. Em todos esses casos, infectologistas atuam.

ESFORÇOS

A própria dengue, que está na rotina do brasileiro há muito tempo, mas vez ou outra tem um surto, voltou a aparecer com muita força neste ano. Infectologista, Marco Aurélio Cunha Freitas diz que essa rotina "sem descanso" não incide apenas sobre infectologistas, mas sobre médicos de forma geral.

"Acho que para todo médico é assim, sempre tem bastante trabalho. Há grandes epidemias e pandemias, que são mais lentas, mas vivemos em um país tropical, com muitos surtos locais de doenças, epidemias regionais, então tem esse trabalho de organizar equipes para os atendimentos. Mas esse trabalho initerrupto é geral para médicos", diz ele.

Marco Aurélio lembra que o Brasil é propenso a epidemias, seja pelo clima, pela infraestrutura ou até mesmo pela educação em saúde da população. "Dengue não deixa de ter a parte educacional de todo mundo, o cuidado da população com os quintais. Discutir sobre vacinas com a população é sempre necessário, mas antes havia a discussão e não deixavam de se vacinar, hoje, discutem e não o fazem. Essas discussões acontecem no mundo todo, mas quem é mais pobre paga mais, porque tem menos recursos para uma assistência posterior."

"Estamos também pagando o preço por não ter saneamento adequado no Brasil. Estamos em uma cidade com uma boa cobertura de saneamento, mas não é a realidade do país, por isso doenças infecciosas ainda são constantes, ao contrário de países mais desenvolvidos, que têm melhor infraestrutura e sofrem mais com doenças cardiovasculares, por exemplo. No Brasil, temos os dois problemas hoje: as doenças cardiovasculares e o saneamento", pontua.

O médico explica que a atuação de infectologistas hoje, em uma epidemia de uma doença já conhecida, é no treinamento de corpo clínico e em casos mais graves. E justamente a rotina imprevisível é o que fez o médico optar pela especialidade. "Eu gosto muito da dinâmica, cada dia um problema, um diagnóstico e a investigação, não ter rotina. Infectologia nos proporciona isso. Na pandemia, foi assim, ainda tem covid, mas a pandemia já foi e temos outros problemas. Tem essa dinâmica no dia a dia. E talvez até mais importante do que essa questão é a admiração aos grandes mestres. Tive um professor de infectologia que admirava e a gente tenta sempre se espelhar nesses exemplos."

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