DENGUE

Farmácias de Jundiaí têm aumento de 85% em vendas de repelente

A Anvisa reconhece apenas alguns compostos como eficazes para evitar picadas do mosquito Aedes aegypti, entre eles está o óleo de neem

Por Rafaela Silva Ferreira | 09/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

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Em entrevista com alguns balconistas das farmácias locais, foi possível observar a alta demanda por repelentes específicos para a dengue
Em entrevista com alguns balconistas das farmácias locais, foi possível observar a alta demanda por repelentes específicos para a dengue

Diante do crescimento nos casos de dengue no Brasil nas últimas semanas, as farmácias de Jundiaí registraram um aumento de 85% nas vendas de repelentes para a pele. No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reconhece apenas alguns compostos como eficazes para evitar picadas do mosquito Aedes aegypti, entre eles está o óleo de neem, que possui a substância azadiractina.

Em entrevista com alguns balconistas das farmácias locais, foi possível observar a alta demanda por repelentes específicos para a dengue. Cecília Oliveira de Souza, que trabalha em uma farmácia no Centro, destaca alguns pontos. "A procura por repelentes específicos para a dengue tem sido muito maior este ano. As pessoas estão mais preocupadas com a doença e estão buscando se proteger. Na semana passada, registramos alta de 85% nesse tipo de vendas."

A balconista relata que as vendas começaram a alavancar a partir do dia 20 de janeiro. "Os repelentes mais procurados são os à base de DEET, que oferecem maior proteção contra o mosquito Aedes aegypti. Os preços variam de acordo com a marca e o tamanho do produto, mas podem ser encontrados a partir de R$ 20."

Além da DEET (dietiltoluamida), a icaridina, azadiractina ou o IR3535 (óleo incolor e inodoro) têm eficácia comprovada na proteção contra o mosquito Aedes aegypti. "A icaridina é eficaz contra uma variedade de insetos, incluindo mosquitos, carrapatos, moscas e mosquitos que transmitem a malária. Ela funciona bloqueando os receptores de cheiro dos insetos, tornando o hospedeiro humano menos atraente para eles. É considerada segura quando usada conforme as instruções do fabricante."

Nilton Marques, balconista de outra farmácia, conta que no último mês, o estabelecimento acabou ficando sem estoque. "Fazemos pedidos sempre em um período determinado, mas não conseguimos prever quando um produto pode acabar, por isso a ideia do estoque. No caso dos repelentes, fizemos como costumamos fazer, mas a entrega acabou atrasando e o que tínhamos na loja, acabou não suprindo a demanda."

Por lá, as vendas também alavancaram. "Falando de maneira mensal, vendemos mais de 80% dos repelentes, principalmente para crianças. Mas diariamente, arrisco dizer que as vendas passam de 120%. A cada 10 clientes que entram na farmácia, 8 procuram repelentes", pontua. "É importante ressaltar que não é recomendado uso de repelentes sem orientação médica para crianças, especialmente aquelas com menos de 2 anos", completa.

Para faixas etárias entre 2 e 12 anos, a Anvisa recomenda optar por produtos com concentração de até 10% de DEET ou icaridina. O IR3535 e a icaridina 10% podem ser utilizados em crianças com mais de 6 meses, e a Academia Americana de Pediatria libera o uso de icaridina 10% em crianças acima de 3 meses.

A Anvisa também salienta que o repelente deve ser aplicado exclusivamente nas partes do corpo expostas, seguindo as instruções do fabricante, a menos que as orientações permitam sua aplicação na roupa. Além disso, a Anvisa adverte que não há produtos de uso oral, como comprimidos ou vitaminas, com indicação aprovada para repelir o mosquito.

PREÇOS
O Procon-SP apurou que entre os dias 1 e 8 de março de 2024, o preço médio de repelentes corporais contra insetos aumentou 9,95%. O órgão também alerta para a diferença de preços do mesmo produto em diferentes farmácias. Por exemplo, o repelente Off de 200 ml foi encontrado a R$ 19,54 em uma farmácia e a R$ 35,99 em outra, representando uma diferença de 84,19%.

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