1º DE ABRIL

Descubra a origem do 'Dia da Mentira'

No Brasil, a tradição foi introduzida em 1828, com o noticiário impresso mineiro 'A Mentira'. Ele trazia em sua primeira edição a morte de Dom Pedro 1º na capa

Por Redação | 01/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Jornal de Jundiaí e Agências

Divulgação

Quem nunca caiu em uma 'pegadinha' de 1º de abril? Nesta data, muitas pessoas aproveitam para pregar peças e contar pequenas - ou até grandes - mentirinhas para enganar os amigos. Mas, qual a origem da data?

A origem desta "celebração" não tem comprovação. A versão mais aceita é de que essa história começou na França, por conta de uma mudança de calendário que alterou o dia do Ano Novo.

Ana Beatriz Dias Pinto, especialista em Teologia e Cultura dos Povos e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), esclarece os motivos que levaram a uma mudança de calendário e, consequentemente, ao costume popular mundial de se fazer brincadeiras no início do mês de abril.

"Antes da introdução do Calendário Gregoriano, o calendário mais amplamente utilizado no mundo ocidental era o Calendário Juliano. O Calendário Juliano foi instituído por Júlio César em 45 a.C. e era baseado no ciclo solar, com um ano de 365 dias dividido em 12 meses. No entanto, o Calendário Juliano não levava em consideração a diferença entre o ano solar e o ano trópico, o que resultava em um descompasso gradual entre o calendário e as estações do ano. Foi então que o Papa Gregório XIII decretou uma mudança na contagem do tempo. A alteração foi determinada por meio da bula papal chamada “Inter Gravíssimas”. O documento criou o Calendário Gregoriano, para ajustar o ano civil ao ano solar, período que a Terra leva para dar uma volta ao redor do Sol. A contagem dos dias do Calendário Gregoriano leva em conta o ciclo solar, que possui 365 dias e 6 horas", explica.

O primeiro país a adotar o calendário depois da Itália foi a França. "Quando o rei da França, Carlos IX, o instituiu, houve muita confusão! Afinal, até esta data, todo “Ano Novo” se iniciava no dia 1° de abril. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo. No século XVI, quem era “menos tradicional”, para ridicularizar os que resistiram ao novo calendário, passou a enviar presentes esquisitos e até mesmo convites para festas inexistentes. E essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries. Ou seja: “piadas”, “charadas”. Foi então que, pouco a pouco, outros monarcas foram adotando o calendário gregoriano e a brincadeira do trote do 1° de abril espalhou-se pelo mundo, atingindo inúmeras outras culturas para além do cristianismo católico. Afinal, esse calendário passou a ser a “nova” realidade mundial", conta a especialista.

No Brasil, a tradição foi introduzida em 1828, com o noticiário impresso mineiro "A Mentira". Ele trazia em sua primeira edição a morte de Dom Pedro 1º na capa e foi publicado justamente em 1 de abril.

MENTIRAS FAMOSAS

Entre os mais conhecidos exemplos de mentiras que tomaram grandes proporções, a emissora pública britânica BBC tradicionalmente prega peças no público desde a década de 30 e chegou a noticiar que os ponteiros do Big Ben seriam trocados por um mostrador digital, nos anos 1980.

Nos Estados Unidos, em 1992, a National Public Radio (NPR), também uma emissora pública de comunicação, veiculou entrevista do comediante Rich Little em que ele se passava pelo ex-presidente Richard Nixon.

Em 2015, a Amazon reverteu sua página principal para a versão de 1999 - época em que a internet ainda era rudimentar. Até descobrirem a brincadeira, os usuários deveriam passar pela experiência de "túnel do tempo" na navegação do site.

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