HISTÓRIA

Mito ou verdade? 5 fatos sobre o Museu Solar do Barão

Em meio ao imaginário popular, JJ reuniu 5 curiosidades que trazem a verdade sobre a história do Museu Histórico e Cultural de Jundiaí

Por Letícia Malatesta | 18/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Jornal de Jundiaí

Divulgação

As paredes do museu contêm histórias significativas para a cidade
As paredes do museu contêm histórias significativas para a cidade

O Museu Histórico e Cultural de Jundiaí foi criado pela lei municipal nº 406, em 10 de junho de 1955, como forma de preservar e democratizar a História e a Cultura do Município. Sua inauguração, no entanto, realizou-se somente em 28 de março de 1965, durante a gestão do prefeito Pedro Fávaro e seu primeiro responsável foi o Padre Antônio Tolloi Maria Stafuzza.

Em entrevista à Rádio Difusora de Jundiaí, Paulo Vicentini, historiador e diretor do Departamento de Museus da Prefeitura de Jundiaí, conta sobre mitos e curiosidades do famoso prédio localizado na Rua Barão de Jundiaí.

1) A famosa visita de D. Pedro II

A ideia de que D. Pedro II foi hospedado no Solar do Barão e que o local foi Palácio Imperial, com bandeira oficial e muitos guardas, por alguns dias, é muito famosa entre os jundiaienses, mas isso não passa de um mito. Paulo conta que D. Pedro II nunca dormiu no local e que isso não se passa de um mito de origem. “D. Pedro II esteve no Solar do Barão, chegou às 7h15 e foi embora às 8h10. Ele apenas tomou um café", brinca Paulo.

2) "Mentira" do bem

O mito em torno da estadia de D. Pedro II no casarão foi positivo para o Solar, que chegou muito perto de ser demolido na década de 1970. “Quando o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico foi tombar o prédio com interesse histórico, um dos historiadores que estavam ali percebeu que havia um risco real de demolição e como a cúpula daquele período possuía ideologias monárquicas, ele coloca um adendo dizendo que o Solar do Barão foi palácio imperial durante 4 dias e ele usa do mito para conseguir a proteção histórica do local. Isso impediu a demolição”, relata Paulo.

3) O Centro antigamente não era tão hollywoodiano

Assim como D. Pedro II nunca esteve no Solar do Barão, a história colonial brasileira não é tão "romântica" quanto à dos filmes de Hollywood. O historiador conta que as visitas e jantares chiques era escassos.

“Naquele período a rua não tinha um bom nivelamento, e a época de chuva, especialmente, dificultava o acesso das pessoas à casa, principalmente por conta da vestimenta da época, como os vestidos rodados, então os jantares e bailes eram poucos."

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4) Ninguém morou no Solar, nem mesmo o Barão

O proprietário do casarão que hoje dá lugar ao Museu Histórico e Cultural de Jundiaí foi Francisco Queiroz Telles, filho de Antonio Queiroz Telles, o Barão de Jundiaí. Antônio de Queirós Teles (1789-1870) foi um dos maiores produtores de café e cana-de-açúcar da região e proprietário de grandes latifundios. Sua influência era tanta que além de ter sido juiz de paz e delegado de polícia, chegou a ter também cargos políticos importantes, como vereador, membro da assembleia provincial e deputado.

Francisco teve três filhas, que morreram solteiras, sem deixar herdeiros, e doaram o imóvel para a Associação União Beneficiente das Irmãs de São Vicente de Paulo de Gysegen. Em 2020, a entidade fez um acordo com a Prefeitura de Jundiaí, que até então lhes pagava o aluguel mensal - a verba era utilizada para custear bolsas para alunos vulneráveis. Desde então, a casa é administrada pelo Executivo.

5) Casarão era palco de decisões importantes

No Solar do Barão foram tomadas as decisões políticas mais importantes da nossa cidade. Ali também foi feita uma festa para celebrar a elevação de Jundiaí à categoria de cidade e, uma década depois, à de Comarca.

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