Quando se fala de estética facial e suas técnicas associadas, como o Botox (aplicação de toxina botulínica para suavizar linhas de expressão), lifting, creme e outros tantos, é comum vir ao pensamento ideias relacionadas à vaidade e futilidade.

Gostaria de apresentar um outro ponto de vista com relação a isso!

Vejam, a espécie humana passou por muitos desafios no seu processo evolutivo. Ao observarmos a anatomia do corpo em comparação com outros mamíferos que evoluíram durante o mesmo período, vemos que a nossa pele não é tão grossa quanto o couro, não temos garras duras e afiadas e mesmo os nossos dentes são mais adaptados a triturar raízes e vegetais do que dilacerar a carne. No entanto, nossa espécie foi a preponderante acima de todas as outras. Qual foi o segredo dessa vitória?

A espécie humana se tornou rapidamente uma espécie sociável, ou seja, trabalha em grupo para resolver os desafios do grupo. Vários indivíduos coordenados são mais fortes do que um único.

No entanto, é fundamental para que esse tipo de estratégia dê certo uma boa comunicação entre os indivíduos, de forma clara e rápida para que em uma hora de necessidade ela funcione sem erro.

Para isso a nossa espécie se adaptou maravilhosamente. Temos vários músculos no nosso rosto que servem somente para produzir as diferentes expressões faciais que comunicam em frações de segundo (literalmente) a vasta gama de emoções do ser humano.

Estudos comprovam que mais de 40% das informações de um diálogo entre duas pessoas estão nas expressões faciais e corporais que cada um desempenha, de forma inconsciente.

Tendo colocado esses pontos de vista, a estética facial passa a ser algo de grande importância, semelhante ao cuidado que nós temos ao nos arrumarmos para uma cerimônia importante como um casamento.

O noivo sabe que a sua noiva passou várias horas se preparando para tornar o dia em que a sua união se torna publica algo inesquecível. De forma semelhante ele também põe a sua melhor roupa, corta o cabelo e sua barba com o melhor cabeleireiro que puder encontrar e procurando ficar o mais "alinhado" possível para recebê-la no Altar, de forma semelhante e digna à beleza em que ela irá apresentar-se.

Essas atitudes são uma forma de comunicação: o casal mostra para o mundo o respeito que têm pelo esforço um do outro em se tornar belo para receber a benção do matrimônio. Nada mais justo que a face de ambos seja clara, brilhante, a pele limpa e saudável, tal qual uma folha de papel em branco que irá receber uma linda história de amor, que vem sendo escrita desde o dia em que se conheceram e terá no dia do matrimônio o fechamento de um ciclo, para o início de outro.

Receber aplicações de técnicas que suavizam as marcas de expressão para que este efeito seja alcançado da melhor maneira possível é uma necessidade justa a fim de que se marque o momento com a importância que ele tem para ambos, nada a ver com vaidade ou futilidade.

Alexandre Martin é médico com especialização em acupuntura e formação em medicina chinesa e osteopatia (xan.martin@gmail.com)