Opinião

Pelo caminho da fé

26/05/2023 | Tempo de leitura: 3 min

As romarias têm história forte no tempo. Como afirma o romeiro Eduardo Seixas: a fé que nos une é a fé que nos move. A saga de um grupo de cavaleiros reunidos e a partida em destino a uma viagem de fé, ao santuário do Bom Jesus, na bucólica Pirapora, registram uma das mais belas páginas de religiosidade desta terra.

No primeiro capítulo há 109 anos, Antonio Checinato, carinhosamente chamado por Tonicão. Com ele, estavam o "Chacho", Luciano Gomes, Cavour, Andreasi, Ricieri, Barlera, "seo" Cezar Puglia e o filho Cezinha, Dito Mesquita, a família Crispim, Nelson de Castro (sempre com belos animais), na época tesoureiro da Companhia Paulista. Uma legenda nesta história: Faustino Vicente Amador A toda esta gente, juntaram-se os filhos, netos e parentes, novos cavaleiros e famílias tradicionais da cidade. Uniram-se em nome da fé.

Estão catalogadas: Piccolo, Mingotti, Bardi, Marquezin, Pincinato, Fontebasso, Cereser, Tega, Seixas, Latorre, Segre, Ladeira, Biazoto, Gonzalez, Campanaro, Lorencini, Juliati, Franchi, Caladrero, Beagin, Storani, Liberato, Fabricio, Betelli, Carrilho, Prandini, Guim, Trevisan, Zanini, Frigeri, Pinotti, Martinazzo, Giuntini, Bedin, Gropelo, Vale. Alguns enriqueceram este folclore com gestos e palavras inesquecíveis.. O cavaleiro dos cavaleiros, o elegante Dino Negro, Armando Polenti (Armando Pulenta), Mauro Franchi (que café gostoso!), João Cereser (porke nostre). Os insubstituíveis veterinários José Frigeri e Osimar Giuntini, responsáveis pela saúde dos animais (e muitas vezes até dos romeiros). O impagável registro do culatreiro Zé Preto, e dos ferreiros Amauri do Retiro, Ferrúcio e Nelsinho Juliati e Ferrucio Juliati da Vila Rami, Mazinho Biazin da Colônia, e do mestre Orozimbo Vicari.

Neste sábado passado trilhamos este caminho de fé. Na frente Luciano Fontebasso. Ponto de partida, o bar do Eliseu na bucólica Santa Clara. No "Paiol Velho", o abraço do mestre Tuto Fabricio. Uma faixa em homenagem ao saudoso Pelizer continuava lá. Descanso nos Três Tubos, água para os animais.. Na venda do seu Emilio, "água" para os cavaleiros. Chegamos no Capão da Onça. Muito folego e cuidado no Morro da Canjica. Na margem da represa de Pirapora, Getúlio Nogueira de Sá e toda tropa dos Gutte, Alexandre de Oliveira, Rogerio Generalle, o mais doce Orlando Gazola e Milton e seu tio Orlando Palhares. Igreja de Pirapora. Ajoelhados em submissão divina.

Este costume religioso tem neste nobre animal, o cavalo, uma marca de convívio inseparável e um fortíssimo produtor de amizades entre os homens. Tempo de Romaria. Tempo de Fé. Tempo de regressar, venerar Bom Jesus, reviver os momentos passados e cumprir novas promessas. Também é tempo, de homenagear a todos os romeiros de fé, que preservam esta santa tradição, que confere na sua expressão maior, nossa identidade cristã. Foi nas romarias que compreendi a paixão destes romeiros, que os fazem enfrentarem qualquer desafio para ter o prazer de percorrer esta estrada santa e garimpar amigos que ainda fazem tão viva a lembrança, nessa nossa eterna arte, de aprendizes de saber viver. Deito hoje meu carinho ao amigo e ex vereador Mingo Fontebasso, o cavaleiro honorário das romarias, diretor da santa romaria diocesana. Benditas sejam as romarias.

Guaraci Alvarenga é advogado (guaraci.alvarenga@yahoo.com.br)

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