DIA DA FAMÍLIA

Advogados assinam nota de repúdio à Câmara de Jundiaí

Mais de 90 juristas jundiaienses assinam documento contra lei que instituiu 'Dia da Família'

Por Mariana Meira | 06/05/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Jornal de Jundiaí

REPRODUÇÃO

Carta foi enviada à Câmara de Jundiaí e se encontra no setor jurídico
Carta foi enviada à Câmara de Jundiaí e se encontra no setor jurídico

Um grupo de advogados e advogadas de Jundiaí encaminhou à Câmara de Jundiaí, na última semana, uma carta de repúdio contra o Projeto de Lei nº 13.838, de 8 de dezembro de 2022, que deu origem à Lei nº 9.876, responsável por instituir, na cidade, o “Dia da Família”. O documento tem a assinatura de 91 profissionais.

Os juristas alegam que o art. 1º, parágrafo único, em que “considera-se como família, nos termos do art. 1.514 do Código Civil e dos §§ 3º e 5º do art. 226 da Constituição Federal, a união amorosa e afetiva entre o homem, mulher e sua prole”, tem caráter discriminatório. “Essa foi uma demanda da advocacia em defesa da Constituição Federal, um manifesto contra uma lei municipal claramente discriminatória e ilegítima”, diz o grupo ao JJ, por meio de nota.

Eles afirmam ainda que a lei, ao “limitar a família às figuras do homem, mulher e prole (...), exclui a maior parte da população brasileira desse conceito”. Argumenta que “a família brasileira é diversa”, podendo, segundo a nota, ter outros formatos como monoparental, homoafetiva ou sem filhos. “Todas as famílias citadas foram segregadas por essa lei”, lamenta o grupo.

Ressalta, por fim, que espera que os vereadores promovam “um exercício de conscientização sobre a realidade da população brasileira e sua diversidade, mas também se retrate e mostre obediência à Constituição Brasileira e ao povo através revogação dessa lei”. Os advogados afirmam não terem tido retorno do Legislativo.

Procurado pela reportagem, o presidente da Casa, vereador Albino (PL), que assina o projeto de lei junto com outros parlamentares, disse que tem ciência do recebimento da carta, mas que ela está no setor jurídico da Câmara para ser analisada.

Acrescentou que considera um “direito” os cidadãos “não concordarem” com a lei, havendo, contudo, trâmites que dependem do autor principal do texto, o vereador Madson Henrique (PL). Contatado, Madson disse que também está ciente da nota de repúdio, e que está “aberto ao diálogo”, mas que se pautou na Constituição Federal para elaborar o projeto e seu “conceito de família”.

Destacou que esse tipo de pauta pode ser abraçada por outros vereadores da Casa. “Eles podem encabeçar outros projetos. Eu respeito, mas não tenho aptidão para modificar a lei.”

1 COMENTÁRIOS

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  • VIVALDO JOSE BRETERNITZ
    06/05/2023
    parabéns ao vereador Albino