Autoridades e entidades de Jundiaí repudiam atos de vandalismo no DF

Imagens de destruição dos prédios públicos dos Três Poderes causaram indignação geral, inclusive de apoiadores de Bolsonaro

Por Niza Souza | 09/01/2023 | Tempo de leitura: 3 min
Editora de Política

AGÊNCIA BRASIL

Cadeiras em frente  ao Palácio do Planalto totalmente destruídas
Cadeiras em frente ao Palácio do Planalto totalmente destruídas

A invasão, depredação e destruição dos prédios dos Três Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - em Brasília, no domingo (8), por vândalos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) causaram indignação em autoridades brasileiras e internacionais. Em Jundiaí, o sentimento não é diferente.

Mesmo políticos que declararam voto no ex-presidente que tentava a reeleição no ano passado lamentaram os atos de vandalismo na capital federal. O prefeito Luiz Fernando Machado (PSDB), que manifestou apoio a Bolsonaro no segundo turno da eleição, lamentou os atos violentos.

Em nota, o tucano manifestou "o mais profundo repúdio aos atos de vandalismo que extrapolaram os limites da democracia". "As opiniões políticas, extremamente valiosas para a democracia, devem ser manifestadas pelo voto e pela manifestação pacífica, jamais pela força e pelo ataque às instituições públicas, essenciais ao funcionamento do Estado Democrático de Direito", afirmou.

A Câmara de Jundiaí também divulgou nota nas redes sociais lamentando os ataques aos Três Poderes. E enfatizou: "Manifestações pacíficas são legítimas e constitucionalmente protegidas, como forma de preservar o Estado Democrático de Direito".

Em vídeo, o presidente da Casa, Antonio Albino (PL), defendeu que as manifestações são legítimas, mas sem qualquer tipo de violência. "É lógico que somos totalmente contra qualquer itpo de dano, invação e quebra-quebra. Mas temos que saber separar as pessoas. Porque existem muitas pessoas de bem, famílias, crinças, idosos, pessoas que estão lutando pela liberdade e pela nossa democracia. E isso é amparado pela nossa Constituição. Então, não podemos confundir esas pessoas com terroristas. Essas pessoas são famílias de bem, que estão lá representando também grande parte da população", disse.

INSTITUIÇÕES

Presidente da 33ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de Jundiaí, Gustavo Ungaro reforçou que a entidade tem compromisso institucional com o estado democrático de direito. "Sem as instituições funcionando, sem o sistema representativo sendo respeitado, sem as instituições desempenhando seus papeis não há como falar em liberdade e em exercício de direito. Essa agenda é fundamental para a OAB", afirmou em entrevista à Rádio Difusora na manhã de ontem (9).

Ungaro chamou de abjeta e revoltante os atos de vandalismo na capital federal. "Vimos ontem [domingo] cenas deploráveis, uma ação organizada, golpista, que atenta contra o estado de direito", lamentou. E frisou: "Quem se preocupa com o Brasil, quem se sente patriota tem o dever de repudiar esse tipo de atitude criminosa que danifica o patrimônio público, que tenta desmoralizar a democracia e colocar nosso país como se fosse algo inferior a uma república."

Em nota oficial, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Jundiaí, assinada pelo presidente da entidade Rafael Cervone, chama os atos de antidemocráticos e afirma que o país precisa de paz. "O Brasil precisa de paz para produzir e voltar a crescer. Atos anti-democráticos contra os poderes constituídos da República, vandalismos e ataques ao patrimônio público agridem o estado de direito. Estamos, nós e o mundo, estarrecidos diante dos fatos que aconteceram em Brasilia. Faltando bom senso, segurança e ordem, o Brasil não avançará."

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também divulgou uma carta intitulada "Em Defesa da Democracia", em que lembrou o ato cívido de 11 de agosto de 2022, no Largo São Francisco, em São Paulo, quando diversas entidades da sociedade civil, incluindo a Fiesp, subscreveram o documento Em Defesa da Democracia e da Justiça.

"O Estado de Direito foi ferido. A invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, neste domingo, por vândalos equiparados a terroristas é consequência dos sólidos antecedentes, não apenas retóricos, que indicavam o desenvolvimento de uma trama com intenções golpistas. O pior aconteceu, e alguns subversivos hostis aos fundamentos do Estado de Direito marcharam sobre a Capital Federal neste domingo com o intuito de provocar, pela força da violência, um golpe contra a Constituição e contra os poderes da República, em suas expressões mais simbólicas e representativas", diz a carta. E pede uma resposta de repúdio, contundente, da sociedade: "Todos, sem exceção, que tomaram parte nesta absurda sedição precisam ser punidos", assina o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva.

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