Diabetes: você mudaria a sua vida?

18/11/2022 | Tempo de leitura: 2 min

Uma das doenças mais prevalentes no mundo ocidental é a diabetes. Não me refiro à modalidade autoimune da doença, com forte componente genético, diagnosticado entre jovens ou mesmo entre crianças.

A forma da doença que se expande rapidamente está claramente relacionada ao sedentarismo e a maus hábitos alimentares. A parte boa desse conhecimento é que, com a mudança destes elementos, a doença é fortemente controlada e mesmo em alguns indivíduos com o seu estágio inicial, o chamado pré-diabetes, ela pode regredir e mesmo ser evitada.

Para isso não é preciso nenhum aparato tecnológico, nenhum remédio milagroso, ou, como muitos me perguntam, "agulhinhas mágicas" que virem o jogo. Para que tudo mude basta que os hábitos do cotidiano sejam reestruturados.

A proposta de mudança de vida parece fácil, mas tenho a consciência de que estaria sendo no mínimo simplista se, de fato, achasse que se muda como um estalar de dedos.

Como costumo falar para os pacientes no meu consultório, comer é talvez um dos hábitos mais calcados no nosso ser, pois o fazemos diariamente, várias vezes ao dia, desde o dia em que nascemos e provavelmente o faremos no dia em que deixarmos a vida.

Estamos sempre atrelando ao ato de comer um prazer, muito básico, primário, que mexe com os centros de energia (os chamados chackras) mais básicos, mais instintivos, relacionados com a capacidade de se manter vivo no meio em que vive.

Compartilhamos esse instinto com os animais mais simples e como eles também o sabem, quem não come, não sobrevive. Por isso, nos programamos para comer muito e de tudo. A palavra de ordem, neste nível, é "quanto mais, melhor!"

Basta lembrar, que, entre os descendentes daqueles que viveram as guerras (a as crises alimentares que as acompanharam) na metade do século XX, a imagem de uma criança saudável era o que hoje consideramos uma criança obesa.

Então, quando falamos de mudança dietética, é com esse nível de comprometimento que estamos lidando. Nada simples de mudar. A disseminação da doença nada mais é do que o reflexo disso.

Minha sugestão, então, é a chamada "técnica da sopa quente" (desculpe o trocadilho com comida), ou seja, devemos começar comê-la pelas beiradas. Pequenas modificações, fáceis de serem entendidas, simples de serem implementadas têm mais chance de perdurarem se comparadas com outras mais complexas.

Uma das coisas que eu peço é evitar, tanto quanto possível, os "três brancos" (assim que os adeptos da dietoterapia chinesa os chamam): o açúcar refinado, o sal e a farinha refinada. As versões integrais desses são melhores, mas bom mesmo seria retirá-los quase que por completo.

Outro conselho que vai na mesma direção, simples de fazer, fácil de guardar, vindo de um professor de acupuntura: "deixe de ir à padaria e comece a fazer a feira". A substituição da farinha e do fermento químico pelos legumes com baixo teor de amido e cereais como fontes de carboidrato estão entre as coisas mais efetivas que podemos fazer!

Você está disposto a mudar a sua vida?

Alexandre Martin é médico acupunturista com formação em osteopatia e medicina chinesa (xan.martin@gmail.com)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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