NAS RODOVIAS

Jundiaienses são agredidos durante as manifestações

Nesta quinta-feira (3), estudantes da Etec Vasco Antônio Venchiarutti (Etevav) sofreram agressões dentro do ônibus por manifestantes

Por Luana Nascimbene | 03/11/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Divulgação

Vitor Cotrim, de 18 anos, se machucou após uma pedrada que acertou e quebrou o vidro do ônibus em que voltava da escola
Vitor Cotrim, de 18 anos, se machucou após uma pedrada que acertou e quebrou o vidro do ônibus em que voltava da escola

Durante as manifestações em rodovias contra o resultado das eleições, moradores de Jundiaí foram alvos de agressão e violência por parte dos manifestantes.

A situação gerou pânico em estudantes da Etec Vasco Antônio Venchiarutti (Etevav), que sofreram agressões dentro do ônibus, e de um servidor do IBGE que foi espancado por manifestantes em uma rodovia de Amparo enquanto estava trabalhando.

ESTUDANTES

Em Jundiaí, o caso aconteceu em frente ao 12° GAC, onde as manifestações acontecem desde segunda-feira (31). Na ocasião, um ônibus que transportava apenas alunos entre 14 a 18 anos da Etevav até o Terminal Central, passou em frente ao protesto e alguns estudantes se manifestaram contra o movimento de apoio ao atual presidente.

De acordo com um dos jovens agredidos, Vitor Cotrim, de 18 anos, os manifestantes passaram a xingar os estudantes, bater no ônibus e jogar pedras. "Eles foram para cima do ônibus e começaram a bater. Um deles jogou uma pedra, que quebrou o vidro e fui acertado por estilhaços no supercílio. Alguns alunos se agacharam com medo e, quando notei, três manifestantes entraram dentro do veículo e foram para cima de nós, tentando nos intimidar", lamenta o estudante.

Outra situação marcante presenciada pelo aluno foi quando os manifestantes tentaram arrastar um dos adolescentes para fora do ônibus, gerando ainda mais confusão. "Eles estavam descontrolados, tentaram arrastar um aluno de 17 anos para fora do ônibus, mas nenhum estudante deixou isso acontecer. A polícia, que estava lá o tempo todo, não conseguiu conter a situação em nenhum momento, tivemos que nos virar", conta o jovem.

Além de Vitor, outros estudantes e pais de alunos que presenciaram o ocorrido entraram em contato com o JJ para passar mais informações e repudiaram a atitude dos manifestantes, considerada como covarde.

TRABALHADOR ESPANCADO

Na rodovia SP-360, na altura de Amparo, o morador de Jundiaí, Tiago Marcolino, de 23 anos, foi espancado por manifestantes enquanto estava trabalhando como servidor do IBGE. O ato aconteceu nesta terça-feira (1), quando ele e uma colega de trabalho estavam passando pela rodovia com o carro oficial do órgão federal. O veículo foi bloqueado por manifestantes, que não queriam permitir a passagem dos trabalhadores. "Os veículos estavam sendo liberados aos poucos, quando íamos passar, os manifestantes falaram que não iam liberar, porque o IBGE trabalha para o Lula. Tentei explicar e apaziguar a situação, mas começaram a bater no carro, quebraram os vidros e me espancaram. Fiquei ensanguentado e tive uma fratura no nariz", relata o servidor.

No susto, Tiago acelerou o carro, desviando dos manifestantes e obstáculos na via, e foi perseguido por veículos dos manifestantes por cerca de três quilômetros. "Eu estava apanhando muito e temia pela minha vida e pela da minha colega. Quando notei que a polícia estava atrás de mim, parei o veículo, mas novamente fui agredido no rosto pelos manifestantes. A polícia conseguiu conter a situação e me encaminhou até a delegacia do município", explica.

Chegando na delegacia, ele deu seu relato aos policiais e, em seguida, os manifestantes também foram ouvidos pelas autoridades.

A situação que já era desesperadora piorou quando Tiago foi informado pelos policiais que seria preso por tentativa de homicídio e recebeu voz de prisão do delegado responsável. Ele foi conduzido até uma cela privativa e, no dia seguinte, foi encaminhado à audiência de custódia em Serra Negra. "Após passar a noite na delegacia, em uma cela privativa, a decisão de me liberarem na audiência foi unânime. Depois de toda essa situação, estou desolado. Fui atacado por ser trabalhador, fica a sensação de impotência", lamenta a vítima.

Advogado de defesa, Sérgio Augusto de Souza aguarda a decisão do Ministério Público e o relatório final do inquérito da Polícia Civil. "Os manifestantes agiram de forma criminosa, confundiram um órgão público com partido político. O Tiago é a verdadeira vítima do ocorrido, o único que teve fraturas e quase perdeu a vida", relata.

2 COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.

  • Antônio Rios
    05/11/2022
    Indgna-me o comentário desse Sr Wilson. Como chamar de petistas alunos de uma escola que pelo informado são menores de idade? Agredir alunos menores por acaso é atitude de gente responsável?
  • Wilson Eloy
    04/11/2022
    Os petistas , nunca fazem nada , são sempre da paz!! Coitadinhos !!