O sushi e o tempero emocional

16/09/2022 | Tempo de leitura: 3 min
Alexandre Martim

Continuando a nossa conversa sobre as emoções e os efeitos que elas causam no nosso campo energético, posso comentar que o trabalho e a experiência de lidar com essas energias fluídicas trazem suas recompensas para quem se dedica. Criando uma estrutura sentimental forte, temos a possibilidade de invocar e utilizar as emoções como um cozinheiro utiliza seus diversos temperos para chegar num resultado culinário com sabor único.

Através de uma história contada para mim no início da minha formação em acupuntura esse uso fica bem claro. Um dos meus professores é descendente de japoneses e me contou uma história acerca de um prato muito nessa cultura, o sushi.

Podendo ser simplesmente descrito como um bolinho de arroz, montado tal como um rocambole em conjunto com uma folha de alga marinha seca, combinado com vários outros elementos, desde legumes crus até peixe cuidadosamente fatiado e, aqui no Brasil, combinações com frutas tropicais são possíveis também.

"Mais do que isso" - disse-me este professor - "O sushi tem muito conhecimento na sua elaboração para que a energia possa ser agregada no alimento e verdadeiramente regenerar quem o come". O sushi possui as cinco cores, cada uma relacionada com a energia que sustenta um órgão ou víscera, por exemplo, o branco está relacionado com os pulmões, o escuro da alga está relacionado com o fígado e os rins.

O sushi também possui temperos dos cinco sabores, também relacionados com os mesmos órgãos e vísceras. Isso quer dizer que, na sua elaboração, além dos sabores dos alimentos em si, são acrescentados elementos como o sal, açúcar e vinagre.

Quem já o provou (recomendo) deve saber, no entanto, que o seu sabor é discreto e suave, talvez um pouco adocicado, mas ninguém o descreve como um alimento salgado ou mesmo ácido.

Isso porque esses elementos estão presentes em uma quantidade bem pequena para cumprir funções muito específicas, como aumentar a aderência do arroz para se fazer um bolinho ou mesmo manter a matéria alimentar purificada, como é o caso do sal por ter propriedades antissépticas.

É claro que um exagero do uso desses temperos vai alterar completamente o gosto e o resultado algumas vezes comprometendo inclusive o prato como um todo que pode ficar impossível de ser consumido.

Podemos fazer uso semelhante com as emoções, adicionando pequenas doses delas em nossos trabalhos e relacionamentos para produzirem efeitos interessantes estimulando resultados rápidos e originais. Podemos chegar a um resultado excepcional de um trabalho se acrescentarmos uma pequena dose de amor em tudo que fazemos, ou ainda, podemos estreitar um relacionamento profissional se acrescentarmos algumas gotas de admiração e respeito pelo colega toda vez que conversamos com ele.

Contudo, se exagerarmos em certos temperos, vamos alterar o gosto final do produto podendo até mesmo comprometê-lo. Confiança demais em um relacionamento amoroso recente pode levar a decepções fatais para esse relacionamento. Cuidado excessivo ao se tomar decisões no mundo dos negócios podem ser interpretadas com o gosto do Medo, que não é nada positivo nesse ambiente dinâmico.

Como vocês têm temperado a sua vida emocional?

Alexandre Martin é médico acupunturista e com formação em medicina chinesa e osteopatia.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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