O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Franca investiga o envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) em um esquema de falsificação e distribuição de agrotóxicos ilegais na cidade. A investigação começou em junho, com a apreensão de mais de 30 mil embalagens que seriam utilizadas para comercialização ilegal de defensivos agrícolas.
Segundo o Ministério Público, Franca se tornou o principal polo de falsificação de defensivos agrícolas do país, com uma rede que abastece todo o Brasil e até o exterior.
O promotor Adriano Mellega afirma que há uma estrutura complexa e descentralizada, formada por nove núcleos que se dividem entre a produção, falsificação de rótulos, emissão de notas fiscais frias e comercialização dos produtos pela internet.
Durante a operação de junho, o Gaeco encontrou embalagens suficientes para falsificar 155 mil litros de agrotóxicos, o que representa um prejuízo estimado em mais de R$ 30 milhões para o setor formal.
Os laboratórios clandestinos funcionavam em galpões com estrutura semi-industrial, com esteiras, tanques e maquinário para envase em larga escala.
Os produtos, segundo o MP, são feitos com misturas de solventes, corantes, água e pequenas quantidades de princípios ativos, mas recebem rótulos idênticos aos de marcas conhecidas, o que dificulta a identificação visual.
As investigações para saber onde a organização criminosa age na cidade continua.
Em outra frente, uma operação da Polícia Federal apontou que ao menos dois postos da cidade estão envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro da organização criminosa.
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