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Lençóis: Polícia faz buscas em investigação de pesquisa eleitoral

Por Lilian Grasiela | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Google/Reprodução
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos por policiais civis da Delegacia de Lençóis Paulista pela manhã
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos por policiais civis da Delegacia de Lençóis Paulista pela manhã

A Polícia Civil de Lençóis Paulista (43 quilômetros de Bauru) cumpriu mandados de busca nesta quinta-feira (9) como parte de um inquérito instaurado para apurar supostas irregularidades em uma pesquisa realizada às vésperas das eleições municipais de outubro do ano passado para avaliar as intenções de voto na cidade. Durante as diligências, equipes apreenderam documentos e computadores na residência do secretário municipal de Assistência Social Claudinei Aparecido de Góes e na sede da pasta.

O inquérito foi instaurado a pedido da Justiça Eleitoral, após representação do candidato a prefeito derrotado nas urnas Norberto Pompermayer. A pesquisa, contratada por grupo de comunicação local, foi realizada pela Viavox Consultoria e Pesquisas, com sede em Mineiros do Tietê, com 882 entrevistas presenciais no final de setembro.

Segundo ela, o então candidato André Paccola Sasso (PP), o Cagarete, tinha 51,5% das intenções de voto, contra 29,1% de Norberto Pompermayer (PL). Considerando a projeção dos votos válidos, o primeiro aparecia com 63,5% das intenções contra 35,9% do segundo.

No pleito, Cagarete foi eleito com 17.321 votos (50,52% dos votos válidos) contra 16.967 votos (49,48% dos votos válidos) do candidato adversário. Na representação, o requerente aponta supostas irregularidades na pesquisa e sugere que os dados, que apontavam diferença maior, podem ter influenciado no resultado das eleições.

Procurado pela reportagem, o delegado Luiz Cláudio Massa confirmou a abertura do inquérito e cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do secretário municipal e em um prédio público, mas disse que não poderia dar detalhes pelo fato de as investigações estarem em segredo de Justiça.

Em nota, o secretário de Assistência Social informou que não teve acesso ao inquérito, que não sabe o teor dele e que não foi responsável pela contratação da pesquisa. "A empresa me contactou para que eu fornecesse mão de obra para o trabalho de campo, ou seja, a coleta de dados através de entrevistas presenciais", explica.

"Como trabalho com pesquisas de opinião desde 1996, e tenho uma equipe de entrevistadores cadastrados, meu pessoal fez o trabalho de campo, realizando as entrevistas de acordo com o questionário elaborado pela Viavox, os quais foram enviados para a empresa e se encontram em posse da mesma".

Ele também afirmou que, na sua avaliação, a denúncia "é uma questão de cunho meramente político, uma vez que o grupo oposicionista que perdeu as eleições não se conforma com o resultado do pleito e está procurando tumultuar o processo". "Esse mesmo grupo me conhece e sabe da minha idoneidade. Inclusive, fiz pesquisas para eles nas eleições de 1996, 2000, 2004, 2008 e 2012", diz.

A reportagem entrou em contato com a empresa que fez a pesquisa, pelo WhatsApp disponível em seu site, mas não obteve retorno. Já a Prefeitura de Lençóis declarou que não iria se manifestar pelo fato das buscas no prédio público não terem relação com o Executivo.

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