Apontado como um "predador sexual", Anderson Pereira Guedes, de 37 anos, é investigado por três homicídios e pelo menos quatro estupros em São José dos Campos. De acordo com a polícia, o homem tem "perfil de serial killer" e é descrito pelos policiais como sendo um criminoso frio, sem remorso, violento e manipulador. Anderson está preso desde 31 de agosto deste ano e foi denunciado por duas mortes e é investigado pelo assassinato de uma menina de 12 anos.
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Morador do Novo Horizonte, na zona leste de São José, Anderson pode ser autor de outros crimes, de acordo com a Deic (Delegacia Especializada de Investigações Criminais).
"Pelo seu perfil sim [suspeita-se que Anderson seja serial killer]. Como ele ficou todo esse tempo longe, foragido, em Caraguatatuba, a gente está começando a levantar, a ver se tem casos semelhantes, quem sabe pode aparecer mais vítimas aí também", declarou o delegado Neimar Camargo Mendes, responsável pelas investigações.
Anderson está preso desde o dia 31 de agosto, quando foi capturado por policiais militares em um restaurante da cidade, após ordem da Justiça. Após a captura, a Polícia Civil avançou em uma série de investigações.
O 'predador sexual' foi preso em agosto em razão de um crime ocorrido na noite de 23 de dezembro de 2018, perto do Natal, quando ele jogou o seu carro contra uma de suas amantes e o marido dela, que estavam em uma moto, em uma rua da Vila Ester. O objetivo de Anderson era matar o casal.
Diogo Alexandre Batista, 33 anos, morreu em decorrência dos ferimentos. A mulher dele, que tinha 28 anos na época, salvou-se após ser atendida pela equipe de socorro, e ficou um ano sem andar. Segundo a polícia, a mulher admitiu o caso extraconjugal com Anderson e contou que ele havia discutido com Diogo por causa da traição, o que o teria levado à vingança.
De acordo com a polícia, Anderson era casado e mantinha uma relação violenta e abusiva com a esposa, agredindo-a, ameaçando-a e tendo inúmeros casos extraconjugais, inclusive mantendo relações com outras mulheres dentro de casa.
"Com a prisão de Anderson, no dia 31 de agosto, várias mulheres, quatro no total, encorajaram-se e compareceram até a delegacia para relatar os abusos sexuais que sofreram no passado, sempre com Anderson sendo o autor. Todas foram encaminhadas até a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de São José onde prestaram depoimento acerca dos abusos", informou a Deic.
Anderson já possui uma ficha criminal extensa, com passagens por roubo, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo.
Marimar.
Após a prisão de Anderson, ao ouvir novas testemunhas, a polícia apontou o envolvimento dele também na morte de Marimar Alves Moreira da Silva, de 20 anos, encontrada morta em 13 de abril de 2018.
"No local, foi encontrado um corpo em estado de decomposição, numa pequena vala, demonstrando inicialmente ser de uma vítima do sexo feminino, considerando os traços físicos e indumentária, naquele momento não identificada, a qual apresentava, possivelmente, sinais de perfurações oriundas de embate de projetil de arma de fogo, sendo estes: dois disparos na região do peito e um disparo na região do maxilar direito", diz trecho da investigação.
A jovem teria sido morta após uma festa regada a drogas e bebidas na casa de Anderson. Ela tinha uma relação próxima com Anderson e a esposa, tendo desaparecido após ir a uma festa.
"Findando ter certeza que Anderson é o autor do homicídio de Marimar, pois o casal foi o último a ser visto com Marimar, levando-a para a casa de ambos, não sendo mais vista desde então, afirmando, ainda, que a possível motivação do crime, deve-se aos fatos de que Marimar os acompanhou por saber que teria drogas e bebidas para consumir, presumindo-se que Anderson após o uso de drogas tentou algum tipo de relação com Marimar, a qual o vetou, e a partir daí Anderson a executou e sumiu com seu corpo", diz trecho da investigação.
Anderson foi denunciado pela morte de Marimar.
Vitória.
Ele é investigado também por outro crime, a morte de Vitória Cristina Oliveira Souza, de 12 anos, ocorrido em janeiro de 2015. Um corpo foi encontrado à época e a polícia acredita que seja de Vitória -- vai ser feito um teste genético para confirmação da identidade, de acordo com a polícia.
"Em janeiro de 2015, foi encontrado um corpo carbonizado em meio a um canavial, na zona leste desta cidade. O corpo era do sexo feminino e apresentava várias perfurações no tórax. Apesar de todo esforço da equipe desta de Delegacia, na época não se chegou a autoria ou a motivação, tampouco a identidade da vítima", informou a Deic.
"Durante a investigação do homicídio de Marimar, em março de 2018, uma testemunha narrou que ouviu [da esposa de Anderson] sobre o homicídio de Vitória. Narração essa que fez a equipe reencontrar o caminho para o esclarecimento do crime de 2015", diz trecho da investigação.
"(...) Aproveitando da fragilidade de uma menina de 12 anos, que não tinha parentes próximos ou alguém que respondesse por ela na cidade, Anderson tentou estuprá-la, porém Vitoria ofereceu muita resistência e para que parasse de gritar, ela foi morta por Anderson", diz a Deic.
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