A jovem Márcia Karina Gonçalves, 25 anos, de Taubaté, despediu-se da mãe para dar uma volta pelo bairro e nunca mais voltou. Ela foi encontrada morta em um terreno baldio da cidade, com o corpo carbonizado. A polícia suspeita que ela tenha sido estuprada antes de ser assassinada.
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Maria Auxiliadora Silva, a Dora, mãe de Márcia, disse que a filha a beijou e disse que “voltava logo” ao despedir-se dela na noite de sábado. Não voltou mais. Na quinta-feira (28), a família recebeu a notícia de que o corpo da jovem havia sido encontrado.
Márcia estava com um pedaço de pano dentro da boca, o que levanta a suspeita de que ela possa ter sido abusada sexualmente antes de ser morta. A Polícia Civil investiga o caso.
“A polícia disse que ela já estava morta na terça-feira de manhã. Não sei quem foi e ela nunca foi para o Parque Aeroporto. Ela não saía sem me dizer aonde ia”, disse Dora, que tem outro filho e netos. Foi o irmão quem reconheceu o corpo de Márcia.
Despedida.
O calvário de Márcia começou no último sábado quando ela foi com a mãe ao pronto-socorro, por estar sentindo dores. Mãe e filha saíram da unidade por volta de 23h, quando a filha disse que iria encontrar-se com amigos no bairro Esplanada Santa Terezinha, onde ela e a mãe moravam.
“Ela disse que não iria beber, porque tinha tomado os remédios. Ela me beijou e disse que voltava ‘daqui a pouco’. Foi a última vez que a vi com vida”, disse a mãe.
“Como ela tinha o costume de fazer isso, não vi problema. Ela queria refrescar a cabeça, me deu um beijo e levou uma boneca com ela. Ela andava com boneca porque o sonho dela era ter filho. Ela foi e não voltou mais”, completou.
Dora registrou um boletim de ocorrência e divulgou o desaparecimento da filha nas redes sociais. Dias depois, soube que tinham encontrado o corpo da jovem.
“Ela foi estuprada, puseram fogo nela e ficou totalmente deformada. Meu filho que reconheceu o corpo. Não deixaram eu ver porque estava muito transtornada”, afirmou a mãe.
O corpo de Márcia foi enterrado sem velório, em caixão fechado, na manhã de sexta-feira (29). Apenas familiares e amigos próximos participaram da cerimônia.
Justiça.
Márcia sonhava em ser mãe. Ela era autista, bipolar e tomava remédios diários para a saúde mental. Ela tinha mais de 100 bonecas e costumava sair com ela quando andava pelo bairro. Ela morava com a mãe, mas passeava pelas ruas.
“Ela sempre saía para rua cuidando de uma boneca, sempre quis ter uma filha. No dia do desaparecimento, ela também saiu com uma. A polícia me disse que ela foi encontrada perto do corpo da minha filha”, disse a mãe.
“Ela foi estuprada, puseram fogo nela e ficou totalmente deformada. Meu filho que reconheceu o corpo. Não deixaram eu ver porque estava muito transtornada”, afirmou a mãe.
O corpo de Márcia foi enterrado sem velório, em caixão fechado, na manhã de sexta-feira (29). Apenas familiares e amigos próximos participaram da cerimônia.
Emocionada, Dora disse que agora vai ter que encontrar uma maneira de conduzir a vida sem a filha. “Nós a enterramos e estou em casa com o coração partido. Eu quero justiça, porque isso não se faz com uma criança. O bairro inteiro está revoltado. Ninguém se conforma”, disse.
“Estou tentando esconder as coisas dela para não ver mais. Vou deixar as fotos dela de recordação, era uma ótima filha. Quero justiça e vai ter justiça, e ela vai descansar em paz, e aí vou ter sossego.”
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